Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice | Warner Bros. Pictures |
Não é nada de novo a necessidade de Hollywood em fazer continuações, reboots e prequels para saciar a sede do público em nostalgia e conseguir conquistar bilheteria de forma prática e fácil. Na maioria das vezes, os filmes conseguem estragar o legado do que a obra original resultou em tal época, mas em certos casos os filmes conseguem entregar algo satisfatório ou até a frente do filme original. Beetlejuice Beetlejuice é uma continuação que se mantém na corda bamba.
Beetlejuice Beetlejuice é uma sequência que tem a noção de que é uma história que acontece em 2024, mas que não esquece em nenhum momento a essência do filme clássico, oque funciona muito bem aqui. A narrativa não faz questão em simplesmente entregar os personagens da narrativa originária e satisfazer os fãs de forma simplória como muitas sequências fazem, Tim Burton faz questão de construir uma nova narrativa com novos rumos e novos personagens sem parecer em nenhum momento desleixado em sua proposta.
Até mesmo o personagem Beetlejuice se encontra com novas piadas que funcionam, oque é um mérito não só do Michael Keaton(que é o elemento mais cativante do filme) mas de algumas escolhas certeiras da direção de Tim Burton. Elementos que vão do timing das piadas, até elementos musicais e estéticos. Sem contar que os efeitos práticos, a direção de arte e a maquiagem não servem apenas de utensílio nostálgico, mas conseguem cativar os espectadores de forma muito maior que o próprio filme clássico e tornam o filme um deleite para amantes da estética e dos efeitos dos filmes produzidos na década de 80.
Então Beetlejuice Beetlejuice é tão bom quanto o primeiro filme? Por pouco o filme consegue isso, mas isso não acontece por algumas escolhas de narrativa e de número de personagens na trama. Para muitos que perceberam antes do filme ser lançado, o número de personagens ficou muito maior do que o filme original.
William Dafoe como o ator morto Wolf Jackson serve como mais um alívio cômico do que para qualquer coisa para a obra, mesmo tendo sua presença, ele não é necessário ali. Monica Bellucci como Delores, ex-mulher de Beetlejuice, tem um grande potêncial para ser um elemento aterrorizante para Beetlejuice é descartada de qualquer jeito no final junto com o personagem Rory, feito pelo ator Justin Theroux. Rory ajuda a ser um fio condutor na narrativa na relação entre Lydia e Astrid, mas nada além disso, nem mesmo como alívio cômico.
A jornada de Astrid com o personagem Jeremy consegue ser feita sem parecer algo invasivo na narrativa no geral, e consegue expandir um pouco esse submundo criado por Tim Burton. Além de dar ênfase aos conflitos de mãe e filha e entregar um resultado sem parecer piegas ou preguiçoso como poderia resultar de forma muito parecida com outras obras do próprio diretor.
"Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice" é um filme divertido que não se esquece de suas raízes e faz questão de abraçar o púbico amante do clássico e uma nova geração, é uma obra que consegue tirar boas risadas do espectador e ainda tem a capacidade de os colocar em imersão estética como o primeiro filme, mesmo se perdendo em seus excessos de caminhos narrativos.
TEXTO DE ADRIANO JABBOUR.
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