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quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Predador: Terras Selvagens - O Caçador que Descobriu a Alma por Trás da Máscara

Predador : Terras Selvagens | 20th Century Studios

No futuro, em um planeta remoto, um jovem Predador, excluído de seu clã, encontra em Thia uma aliada improvável e embarca em uma jornada traiçoeira em busca do maior adversário.

Diferentemente dos filmes anteriores da franquia, o Predador não é o principal vilão nesta história. Desta vez, ele assume o papel de protagonista, revelando um lado mais heroico — ou, pelo menos, menos monstruoso — da criatura. Essa inversão de papéis traz um frescor à franquia, permitindo explorar nuances inéditas do personagem e oferecendo uma nova perspectiva sobre sua cultura, seus códigos de honra e suas motivações mais profundas. Ao colocá-lo no centro da narrativa, o filme rompe com a visão tradicional do Predador como uma força puramente destrutiva, transformando-o em um ser complexo, dotado de dilemas morais e de um senso próprio de justiça. Essa abordagem humaniza a criatura sem enfraquecer sua natureza letal, equilibrando momentos de brutalidade com instantes de introspecção e propósito. O resultado é uma “releitura” ousada e envolvente, que não apenas revitaliza a mitologia da franquia, mas também convida o público a enxergar o Predador sob uma ótica completamente nova.

Durante a jornada, o Predador conhece Thia, uma sintética danificada. Ambos são obrigados a trabalhar juntos para sobreviver, apesar de suas personalidades opostas. É a clássica dupla: Um personagem sério e a outra, o alívio cômico da trama. A dinâmica entre os dois funciona bem, equilibrando momentos de tensão com pitadas de humor que tornam a narrativa mais leve e envolvente. Dek, o Predador, é retratado como um guerreiro exilado que busca redenção e vingança, o que adiciona profundidade emocional à história. Já Thia, com seu carisma e senso de humor, traz humanidade à trama, mesmo sendo uma androide. A relação entre os dois é o coração do filme, sustentando tanto a ação quanto o desenvolvimento dos personagens. 

A construção de uma selva futurista se transforma em um verdadeiro espetáculo visual. Cada detalhe, desde a flora bioluminescente até as criaturas alienígenas que habitam o ambiente, contribui para uma imersão completa no universo do filme. O design de produção é grandioso e meticuloso, criando um cenário vivo, repleto de texturas, cores e atmosferas que reforçam tanto o perigo quanto a beleza desse novo mundo selvagem. É uma experiência visual que expande os limites da franquia e demonstra o cuidado técnico e artístico por trás da produção.

Predador: Terras Selvagens não apenas redefine o mito do caçador, mas também prova que até os monstros mais temidos podem carregar um coração  — mesmo que coberto por armadura e cicatrizes. Ao apostar em uma narrativa mais emocional e introspectiva, o filme consegue equilibrar espetáculo visual e profundidade dramática, oferecendo uma nova dimensão ao lendário caçador. A parceria improvável entre Dek e Thia não apenas conduz a trama, mas também simboliza o encontro entre o instinto e a empatia, entre a selvageria e a humanidade.

Autor:


Meu nome é João Pedro, sou estudante de Cinema e Audiovisual, ator e crítico cinematográfico. Apaixonado pela sétima arte e pela cultura nerd, dedico meu tempo a explorar e analisar as nuances do cinema e do entretenimento.

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Alien: Romulus - O Mundo esta sedento por nostalgia, e a Disney sabe disso

Alien: Romulus | 20th Century Studios


 O último filme da franquia Alien, Alien: Covenant, seguia uma linha diferente de jornada que estava sendo proposta pelo diretor, também responsável por Alien: o 8° Passageiro, Ridley Scott. Por conta de sua própria condução sobre a narrativa e questões de estúdio, o filme foi um fracasso de bilheteria e crítica. Depois de 7 anos, a franquia continua com nova direção e com a linha narrativa voltando para a proposta do primeiro filme de 1979. Mas ai vem a pergunta: Seria isso mais uma apelação nostálgica proposta pela Disney? E seria isso ruim?

Fede Alvarez, diretor responsável por Alien: Romulus, fez questão de fazer o filme utilizando de efeitos práticos invés do CGI, oque não é só uma questão de estética(e que funciona de forma belíssima), mas também uma questão de aplicar o método que já funcionou uma vez, torando o primeiro filme um clássico do terror cósmico. 

Ao fazer essa escolha, além de tornar o filme muito mais aterrorizante em seu resultado final, que consegue, Alvarez faz questão de 2 coisas. A primeira é que ele sabe que necessita resgatar o espectador novo para essa franquia, que mal se lembra dos últimos filmes da franquia, ou nem mesmo assistiu o primeiro filme. A segunda é que, mesmo que muitos reclamem disso, a Disney sabe que a nostalgia vende. E mesmo que exista gente contra essa forma de produzir, os números em ingressos favorecem essa linha de produção que a Disney tem seguido, mesmo em muitos casos com pouquíssima qualidade. 

Mas aqui, Disney com parceria do diretor, conseguiu o resultado que tanto visavam. Alien: Romulus não é só uma recapitulação do primeiro filme, mas uma nova experiência que consegue agradar ambos os públicos. Tendo muito pouco CGI, e muito mais focado na ideia do terror claustrofóbico como o primeiro filme, Alien: Romulus consegue ser agonizante e acompanhado de um ótimo trabalho técnico, com atuações bastante maduras(sem contar o bom trabalho de criação dos personagens).

Mesmo com toda a técnica e com a linearidade do roteiro, mais as atuações, é capaz de dizer que é um filme bom? Para aqueles que buscam a mais pura nostalgia e até a mesma experiência que é proposta no primeiro filme, chega a ser o melhor filme da saga depois de Alien: o 8° Passageiro. Mas para aqueles que buscavam um novo rumo da franquia, sem o mais do mesmo, Alien: Romulus continua sendo só mais um filme qualquer da franquia Alien. 

Mesmo com o final do filme mostrando um dos sibiontes mais aterrorizantes de toda a franquia, o filme segue a forma quase idêntica do primeiro, e isso afeta muito a experiência do espectador que buscava uma forma diferente de sentir medo ou assombro na narrativa da franquia Alien que pouco se reinventa e, quando se reinventa, acaba entregando um resultado que divide o público e afeta a sua continuação, como o caso de Prometheus e Alien: Covenant. 

É importante enfatizar a influência do jogo Alien: Isolation nessa obra de Alvares, que foi uma ótima base para esse filme, que tem uma ótima condução de tensão e ansiedade em boa parte da narrativa. Sem contar que o trabalho de atuação de David Jonsson como Andy, o androide irmão de Rain( atuação de Cailee Spaeny), consegue ser o ponto chave do filme. Onde o personagem robô, passa a ser aquele que em muitos momentos durante a narrativa tem a empatia do espectador como se fosse mais humano do que os outros personagens(que são todos humanos). Sua dualidade ao longo da narrativa e sua jornada é justa, além de faer o espectador sempre torcer por sua vitória, até mais do que a protagonista Rain. 

O trabalho de CGI quando utilizado, também é muito bem executado. Tem uma cena em que é trabalhado o sangue acido dos xenomorphos junto com a ausência de gravidade que é uma das sequências mais belas do filme. O mesmo se fala do trabalho de som, que mesmo na sua ausência, funciona como uma camada importante de imersão do espectador dentro da nave completamente infectada por essas criaturas. 

Alien: Romulus tem uma direção madura e exemplar de um grande fã da franquia Alien, um trabalho técnico que comprova a sua efetividade acima do excesso de CGI utilizado ultimamente em Hollywood, com um bom trabalho de jornada dos personagens, mais atuações sérias e que fazem jus ao roteiro entregue. Mas, não acrescenta nada muito além do que já se sabe do mundo da franquia e continua tão esquecível como outros filmes da franquia. 

TEXTO DE ADRIANO JABBOUR.

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