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terça-feira, 19 de novembro de 2024

Wicked - Uma adaptação envolvente, mas com um ritmo irregular e momentos de excesso.

Wicked | Universal Studios 


Baseado no musical homônimo da Broadway, Wicked é o prelúdio da famosa história de Dorothy e do Mágico de Oz, onde conhecemos a história não contada da Bruxa Boa e da Bruxa Má do Oeste. Na trama, Elphaba (Cynthia Erivo) é uma jovem do Reino de Oz, mas incompreendida por causa de sua pele verde incomum e por ainda não ter descoberto seu verdadeiro poder. Sua rotina é tranquila e pouco interessante, mas ao iniciar seus estudos na Universidade de Shiz, seu destino encontra Glinda (Ariana Grande), uma jovem popular e ambiciosa, nascida em berço de ouro, que só quer garantir seus privilégios e ainda não conhece sua verdadeira alma. As duas iniciam uma inesperada amizade; no entanto, suas diferenças, como o desejo de Glinda pela popularidade e poder, e a determinação de Elphaba em permanecer fiel a si mesma, entram no caminho, o que pode perpetuar no futuro de cada uma e em como as pessoas de Oz as enxergam.

Wicked é uma obra que teve sua origem no livro de Gregory Maguire, publicado em 1995, e foi adaptada para os palcos em 2003. Apresentando uma nova perspectiva sobre as bruxas do conto, o filme é a primeira parte da obra, adaptando o primeiro ato. Quem não conhece o musical pode assistir ao filme sem grandes dificuldades, desde que tenha alguma familiaridade com a obra original, pois o enredo se apoia nos eventos e personagens de O Mágico de Oz para dar contexto à trama. Embora eu não tenha assistido ao musical nem lido o livro que deu origem à peça, o filme consegue se sustentar por si só, permitindo uma experiência envolvente mesmo para quem não está totalmente familiarizado com as versões anteriores da história.

A relação entre Glinda e Elphaba em Wicked é marcada por uma amizade complexa e uma tensão ideológica constante. Inicialmente, as duas se veem como opostas: Elphaba, marginalizada e radical, desafia o status quo, enquanto Glinda, popular e conformista, representa os valores sociais dominantes. Com o tempo, no entanto, Glinda começa a admirar a coragem e os ideais de Elphaba, reconhecendo sua profundidade além da imagem da "bruxa má". Por sua vez, Elphaba passa a perceber a sinceridade e vulnerabilidade de Glinda, embora ainda mantenha suas próprias convicções. A amizade delas se fortalece à medida que compartilham experiências, mas a tensão ideológica persiste, desafiando a ideia de que uma amizade verdadeira requer a superação de diferenças. Wicked oferece uma visão crítica das relações humanas, mostrando que, apesar das divergências, é possível uma convivência genuína e que a complexidade das personagens vai além de um simples binarismo moral de "bem" e "mal".

A introdução é eficaz ao situar o espectador no universo familiar de O Mágico de Oz, um mundo no qual, aparentemente, a população da Terra de Oz vive em paz. Em seguida, somos transportados para um flashback que narra a trajetória de Elphaba desde seu nascimento até o momento em que conhece Glinda na Universidade Shiz. A maneira como a história nos introduz rapidamente ao universo conhecido é envolvente, e a construção da personagem de Elphaba se revela cativante, gerando uma forte empatia, especialmente em razão do preconceito que ela sofre na escola. 

Sua bondade se destaca em contraste com a postura de alguns membros da instituição, que se dedicam a zombar até mesmo dos professores, como no caso de um deles, que era uma cabra. No entanto, ao longo do desenrolar da trama, a narrativa acaba se tornando cada vez mais arrastada e excessivamente lenta. Um exemplo disso é a cena da festa, quando Elphaba chega ao local e, como esperado, é alvo de olhares preconceituosos e zombarias relacionadas à sua dança. Embora essa cena seja emocionalmente impactante, seu ritmo excessivamente moroso acaba prejudicando a fluidez da história. Após um longo período de espera, Glinda se aproxima e dança com Elphaba, um gesto que culmina na formação de uma amizade, mas que, devido à demora, diminui o impacto emocional que poderia ter sido mais imediato e eficaz.

A trilha sonora de Wicked, composta por Stephen Schwartz — também conhecido por seu trabalho em O Corcunda de Notre Dame (1996) e O Príncipe do Egito (1998) — é uma parte fundamental da obra, abordando temas como identidade, poder, amizade e resistência. As canções, que mesclam emoção e humor, são carregadas de significado. Entre os destaques, Defying Gravity se sobressai como um símbolo de libertação para Elphaba, enquanto Popular e What is This Feeling? apresentam um tom leve e cômico, evidenciando o contraste entre as protagonistas. I'm Not That Girl explora a solidão, a autocrítica e as consequências das escolhas de Elphaba. Já For Good, a música final, celebra a amizade entre as duas bruxas, refletindo o impacto mútuo em suas vidas. A trilha sonora equilibra perfeitamente momentos de intensidade e leveza, e suas canções desempenham um papel crucial no desenvolvimento das personagens e na evolução da trama, conectando o público a temas universais de aceitação e resistência.

Wicked reinterpreta a história das bruxas de Oz, destacando a complexidade da amizade entre Elphaba e Glinda, marcada por diferenças ideológicas e uma evolução emocional. A trama pode se arrastar em alguns momentos, mas a profundidade das personagens e a trilha sonora cativante garantem uma experiência envolvente. A obra reflete sobre identidade, preconceito e as nuances entre o bem e o mal, oferecendo uma nova perspectiva sobre a clássica história.

Autor:


Meu nome é João Pedro, sou estudante de Cinema e Audiovisual, ator em formação e crítico cinematográfico. Apaixonado pela sétima arte e pela cultura nerd, dedico meu tempo a explorar e analisar as nuances do cinema e do entretenimento.

terça-feira, 3 de setembro de 2024

A Vingança de Cinderela - Pior que um filme ruim, é um filme preguiçoso

A Vingança de Cinderela | A2 Filmes
A Vingança de Cinderela nem tenta em qualquer sentido ser algo além de um serviço amador. A narrativa é a convencional da Cinderela que boa parte das pessoas conhecem pela animação da Disney, porém o filme tenta navegar no caminho do terror com o humor. Mas toda a escolha feita aqui pela direção é errada, começando em querer fazer algo maior do que se pode fazer.

A narrativa começa com a Madrasta de Cinderela culpando o pai dela por um crime que na verdade ela cometeu. Em troca de salvação, Cinderela decide viver e trabalhar para sua Madrasta e suas outras duas filhas, que ao longo dos anos a atormentam e torturam de forma psicológica e física de todo jeito possível, por simples prazer, ao longo da história. 

Logo no começo do filme, pelos figurinos e pela estética proposta, percebesse que o filme tem baixo orçamento, oque não é a raiz do problema. O problema está em um filme que não se esforça nem mesmo no que deveria ter o mínimo de positivo, que é o terror e o absurdo. O filme logo propõe os absurdos dentro da história que poderiam torná-lo cômico, mas não faz questão disso além de uma piada curta uma hora ou outra(que desaparecem depois de 40 minutos de filme).

Necessário enfatizar que todos os atores estão ali, simplesmente por obrigação, porquê é visível o constrangimento de fazer parte de uma obra com um roteiro tão infantil e raso que nem é o proposto, sem contar que não existe trabalho técnico no filme que vai além do mínimo para existir um filme. 

O trabalho de cor é mal medido, as cenas de violência gráfica chegam a ser mais amadoras do que muitos curtas amadores que você encontra no Youtube(onde pessoas tiveram o mínimo de vontade para trabalhar), as piadas são completamente deslocadas, além do filme usar e abusar do humor sexual, que mostra uma infantilidade tremenda do roteiro.

Não existe problema em um filme ter baixo orçamento, ou o filme se aventurar em outros gêneros(mesmo com baixo orçamento) ou não focar tanto em um ponto ou em outro, mas um filme necessita de trabalho. Um filme, com um mínimo de decência, deve ser feito com pelo menos um pouco de esforço que não é oque se encontra aqui. 

A Vingança da Cinderela é uma aula de amadorismo cinematográfico e mostrando, de forma quase didática, que o problema em fazer uma obra vai muito além da escolha narrativa e de orçamento, é a falta de "querer" fazer algo de bom. Oque nesse filme, não existe. São 85 minutos gastados de tempo e dinheiro em uma obra que não tem nada, nem mesmo dentro do absurdo que se propõe. 

TEXTO DE ADRIANO JABBOUR.

Sting: Aranha Assassina - Quando o Terror Se Perde em Tentativas de Humor e Drama Familiar

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