quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Corpo Presente – Expressão e Liberdade dos mais Subjetivos Corpos

Corpo Presente | Embaúba Filmes


O cineasta veterano Leonardo Barcelos, resolveu embarcar, desta vez, na direção de outro documentário bastante experimental. O produtor apresenta “Corpo Presente”, filme com um tom bastante conceitual, que dialoga com as questões e pluralidades que nossos corpos podem representar na sociedade. Narrado e protagonizado pela atriz Ludmilla Ramalho, mas também com narrações de depoimentos citados em paralelo por alguns expoentes sociais brasileiros como Suely Rolnik, Ailton Krenak e Erika Hilton. O documentário é dividido em cinco atos, são eles: a pele, o outro, a natureza, as marcas e a expansão. E é a partir de cada um deles que destrincharei esse texto.

Ato 1 – A pele

“Busco saídas pra não ser devorada no meio da cartografia que desenho”, Ludmilla comenta. Nesse primeiro momento é possível perceber que a narradora expõe sobre as problemáticas das cobranças que a sociedade impõe aos nossos corpos, principalmente no que tange o feminino. Em um uma determinada cena, há uma personagem inteiramente coberta com uma espécie de algodão enquanto outro personagem vai retaliando e moldando a forma desta camada branca. Isso nos traz para um lugar onde analisamos sobre como temos sempre padrões de beleza inalcancáveis e muitas vezes tentamos nos moldar para chegar nesses parâmetros. Nossa matéria física é constantemente inferida e julgada; nossos aspectos são reduzidos, quando, na verdade, simplesmente refletem a singularidade e a diversidade de quem somos como pessoa.

Ato 2 – O outro

“É só através do outro que posso existir? Estou preso nessa imagem que fazem de mim e eles também? O mesmo processo.”

Nesse ponto a personagem se questiona como os outros são muitas vezes nossos espelhos e nos identificamos a partir de outros corpos. No início do documentário, há um plano de uma cena bem dirigida fotograficamente com um espelho numa praia de costas para o mar, como se nós, espectadores, estivéssemos nos olhando nesse objeto. Entretanto, não há reflexo de ninguém, apenas das ondas no mar desaguando na baía. Essas alegorias tanto do espelho quanto do mar interrelacionam com os reflexos que temos como ser humano e como o mar representa as infinitas possibilidades que podemos nos enxergar de si mesmo, mas também no outro. A busca pela nossa identidade é contínua, seja nos modos de nos expressarmos, como no modo de agir,vestir, andar, falar, gesticular, etc.

Nossos comportamentos e influências, muitas vezes, são pautados pelo outro, mas até onde vai esses limites de comparação? É possível sermos nós mesmos sem estarmos o tempo todo nos olhando a partir da percepção do “outro”? Sendo que provavelmente o “outro” também pode estar seguindo o mesmo padrão. São questões que precisamos repensar como indivíduos e discernir até que ponto devemos nos deixar ser enxergados por outras pessoas e por opiniões que não nos cabem, nosso corpo é apenas uma estrutura física de quem somos. Nossos pensamentos, ideias e personalidades também fazem parte do nosso corpo, é preciso levar em conta esses fatores e não nos limitarmos em relação ao interlocutor.

Ato 3 – A natureza

“A mulher é a matéria, o homem é o verbo. O homem é uma ideia e a mulher um barro que deve ser moldada”

Neste ato, a protagonista discute sobre a visão da mulher em relação ao homem, abordando sobre o viés machista e misógino que a sociedade vive. O homem, na maioria das vezes, é visto como símbolo de liderança e porta-voz, enquanto a mulher uma agente condescendente que deve seguir as regras e os comportamentos ditados por ele. Isso pode ser comprovado em diversos aspectos sociais, exemplo disso, é a questão que ocorreu recentemente no  novembro passado, na Câmara de Brasília, onde vários deputados, na maioria homens, votaram a favor da PEC 164 na  Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), com 35 votos favoráveis contra 15 opositores, essa PEC em questão pode acabar com os direitos das mulheres de interromperem gravidezes em caso de estupro, anencefalia fetal e risco de morte da gestante, lei essa que já é outorgada no 5º parágrafo da Constituição Federal. Ou seja, são direitos de corpos femininos que podem ser violados por opiniões ideológicas masculinas na esfera política.

Isso reflete em vários outros campos da sociedade, onde a mulher é inferiorizada ou questionada pelos seus atributos apenas por ser quem é, sem contar a grande taxa de feminicídio que o Brasil tem anualmente. Enquanto os políticos em atividade poderiam estar trabalhando em programas de combate à violência contra mulher que acontece em varias camadas sociais, muitos estão simplesmente debatendo sobre a redução dos direitos das mesmas.

Ato 4 – Marcas

“O corpo feminino tem essa história de violência, de Aia […] O corpo fala e expõe conflitos, se dividem em ideologias e preconceitos. Lembrar do corpo afro indígena que tem no Brasil. É preciso lembrar da ancestralidade”.

A partir deste trecho é destacado sobre os corpos que sofreram violência no passado, principalmente em peles indígenas e africanas femininas. Durante esse ato, o documentário nos mostra cenas de corpos negros e de variados pesos. As mulheres, desde os tempos de colonização eram sujeitas a várias barbáries, inclusive o estupro. Elas sempre foram vistas como um corpo apenas de reprodução ou prazer carnal. Até os tempos atuais, é possível perceber essa herança ancestral de preconceito, e analisar como muitas vezes os corpos femininos são objetificados e violados. 

Etnias indígenas, quilombolas e outros grupos de raça negra têm um histórico de exploração muito forte no país, o que acabou perpetuando em várias gerações posteriormente. Além disso, os corpos negros são os que mais sofrem repressão atualmente. Corpos negros femininos são muitas vezes sexualizados e estereotipados pela população e precisamos como cidadãos desmitificar esses estigmas e reconhecer essa violência propagada por nossos antepassados e promover discussões que viabilize essas histórias, para que, de alguma maneira, tenhamos mais consciência sobre a realidade que um corpo negro vive e já viveu no país. Não podemos ter memória curta.

Ato 5 – A expansão

“Não há limites para o corpo. Ser arquiteto da sua identidade. A construção do gênero é binária, uma cultura antiga. Cada um pode estar no lugar onde quer. Transfobia. Esses corpos são invisíveis. A sociedade precisa enxergar o lado deles. Dessa humanidade.”

A narradora expõe aqui sobre a expansão dos corpos tradicionais, sobre a ilimitada possibilidade que os corpos podem ser. Discute sobre como a sociedade desde os primórdios, implementou essa cultura da binariedade e ao mesmo invisibilizou corpos não binários. É o caso do preconceito com todos os grupos LGBTQIA+. Esses corpos sentem na pele todo tipo de discriminação infringido sobre eles, em um instante do documentário é mostrado um caso de violência que aconteceu com um corpo trans na vida real, registrado em vídeo, e não aparecia ninguém prestando assistência; é uma impunidade constante. São indivíduos que possuem inúmeras dificuldades para se inserirem na sociedade e que lutam para ter o mínimo de respeito. Ao longo desse ato, é possível ouvir em um trecho da deputada federal, Erika Hilton, que é travesti e, está sendo porta-voz em um discurso que parece ser em uma tribuna, reafirmando e conscientizando sobre a justiça e liberdade desses corpos trans.

Mesmo com tanta informação, dados científicos, pesquisas, etc., ainda é possível visualizar o quanto a população está longe de legitimar esses corpos. Exemplo disso, são as pesquisas de taxas que revelam que o Brasil é um dos países que mais matam pessoas trans no mundo. É uma luta constante que esses grupos enfrentam para serem reconhecidos e validados.

Acredito que o documentário poderia esclarecer melhor as identidades das personalidades que possuem citações, as quais são ouvidas em paralelo. Não é mostrada nenhuma imagem desses ícones, tampouco legendas para o espectador. Nem todo mundo tem consciência de quem são esses expoentes, como Suely Rolnik que é uma grande escritora e psicanalista, Ailton Krenak, um indígena e ambientalista dos mais respeitados do país, e claro, Erika Hilton, uma política muito eloquente que luta pelos direitos humanos na Câmara dos Deputados. Não há como reconhecer todos apenas por suas vozes. Creio que faltou um didatismo nesse tópico, pois temos interesse em saber quem está falando para podermos associar com a causa.

Em questão da narrativa, em alguns momentos, achei cansativa. Poderia ter um ritmo mais fluído na edição dos atos. A fotografia é muito bem trabalhada. Sobre as representações dos corpos nus, achei muito potente essa liberdade que o documentário buscou e mostra de forma crua e artística a diversidade de todas nossas matérias físicas.

Autor:


Meu chamo Leonardo Veloso, sou formado em Administração, mas tenho paixão pelo cinema, a música e o audiovisual. Amante de filmes coming-of-age e distopias. Nas horas vagas sou tecladista. Me dedico à exploração de novas formas de expressão artística. Espero um dia transformar essa paixão em carreira, sempre buscando me aperfeiçoar em diferentes campos criativos.

Mufasa: O Rei Leão – Uma Nova Origem, mas sem Reconquistar a Magia dos Clássicos

Mufasa: O Rei Leão | Disney


Prólogo do live action de Rei Leão, produzido pela Disney e dirigido por Barry Jenkins, o longa contará a história de Mufasa e Scar antes de Simba. A trama tem a ajuda de Rafiki, Timão e Pumba, que juntos contam a lenda de Mufasa à jovem filhote de leão Kiara, filha de Simba e Nala. Narrado através de flashbacks, a história apresenta Mufasa como um filhote órfão, perdido e sozinho até que ele conhece um simpático leão chamado Taka – o herdeiro de uma linhagem real. O encontro ao acaso dá início a uma grande jornada de um grupo extraordinário de deslocados em busca de seu destino, além de revelar a ascensão de um dos maiores reis das Terras do Reino.

O filme O Rei Leão (2019) recebeu críticas negativas devido à falta de expressões faciais nos animais, o que conferiu à obra um tom mais próximo de um documentário sobre a vida selvagem do que de uma animação. Embora a qualidade técnica da produção seja inegável, o realismo excessivo resultou na ausência de características emocionais nos personagens animais. Em Mufasa, somos apresentados a uma história inédita, que não foi explorada nas animações anteriores, mas que já havia sido mencionada em livros, os quais, no entanto, foram desconsiderados como parte do cânone oficial. Considerando a minha antipatia pelo filme de 2019, decidi dar uma segunda chance à nova produção devido à introdução de uma história inédita. Embora não queira me apoiar exclusivamente na nostalgia como argumento, confesso que ficaria mais inclinado a assistir se a animação fosse no estilo clássico.

O filme narra a história de Mufasa e como ele conheceu Taka, que futuramente seria conhecido como Scar, deixando claro que ambos não são irmãos de sangue, mas sim irmãos de criação. Essa abordagem difere da apresentada no livro A Tale of Two Brothers, que relata a história de Ahadi, o Rei Leão, que tinha grande afeição por seus filhos, Mufasa e Scar. Mufasa, sendo o primogênito, assumiria o trono um dia, motivo pelo qual Ahadi passava longas horas com ele, ensinando-lhe tudo o que precisaria saber. Com o tempo, Scar passou a nutrir ciúmes de Mufasa. Foi então que Ahadi quebrou uma promessa feita a Scar. Sentindo-se frustrado e consumido pelo rancor, Scar fez sua própria promessa: um dia governaria as Terras do Reino. Essa narrativa faz parte da coleção The Lion King: Six New Adventures, uma série de livros derivados, inspirados no universo de The Lion King. 

A coleção, composta por seis histórias escritas por diferentes autores, foi publicada pela Grolier Enterprises, Inc. e produzida pela Mega-Books, Inc., em 1994. Infelizmente, essa história foi negligenciada, já que o primogênito de Simba e Nala não foi mencionado nos filmes, na série animada, nem mesmo nesta produção cinematográfica. Na série animada A Guarda do Leão, a origem da cicatriz de Scar é apresentada de maneira distinta da mostrada nos livros e neste novo filme. O que decepciona os fãs da franquia, que esperavam ver os livros adaptados para o formato audiovisual, é que, embora se trate de uma adaptação, ela não ocorre da maneira desejada. A produção se afasta consideravelmente da proposta original dos livros.

A relação entre Mufasa e Taka é profundamente envolvente, mesmo com o público ciente do trágico desfecho que os aguarda. O filme constrói habilmente uma dinâmica rica entre os dois personagens, marcada por respeito mútuo e uma saudável competitividade. A tensão entre eles é visivelmente alimentada pela rivalidade, mas também pela admiração, o que acrescenta complexidade à sua interação. Embora o pai de Taka, o rei da região onde Mufasa chega, não nutria simpatia por ele no início, o filme lida com essa diferença de maneira sutil, mostrando como Mufasa é aceito e acolhido pela mãe de Taka, o que ajuda a humanizar o conflito.

O filme utiliza fanservice de maneira eficaz, agradando tanto aos fãs de longa data quanto aos espectadores que conhecem os filmes clássicos. A música tema e os easter eggs, que fazem referência a eventos futuros, são momentos de nostalgia que certamente provocam sorrisos. No entanto, em alguns casos, o fanservice parece ser uma estratégia um pouco forçada, servindo mais como uma forma de apelo fácil ao público do que como uma contribuição significativa à trama.

Ao contrário do primeiro filme, em que os animais não exibiam expressões faciais, nesta nova versão, a tecnologia avançada permite que eles mostrem emoções de forma muito mais clara e detalhada. As expressões faciais agora transmitem com maior intensidade os sentimentos dos personagens, o que aproxima o público de suas experiências e cria uma conexão emocional mais forte. Essa melhoria na animação permite que os espectadores entendam melhor o que os animais estão vivenciando.

Mufasa: O Rei Leão apresenta uma história inédita sobre Mufasa e Taka, oferecendo uma nova perspectiva sobre a origem de Scar. A animação melhorada permite expressões faciais mais detalhadas, criando uma conexão emocional mais forte com os personagens. Contudo, o filme se afasta das narrativas originais dos livros e da série animada, com fanservice que pode parecer forçado. Embora a produção traga elementos de nostalgia, ela não consegue resgatar completamente o espírito dos clássicos, deixando uma impressão mista.


Autor:


Meu nome é João Pedro, sou estudante de Cinema e Audiovisual, ator em formação e crítico cinematográfico. Apaixonado pela sétima arte e pela cultura nerd, dedico meu tempo a explorar e analisar as nuances do cinema e do entretenimento.


Sonic 3 - Shadow Chegou, Robotnik Está de Volta e a Velocidade Não Para!

Sonic 3 | Paramount Pictures

Sonic, Tails e Knuckles devem enfrentar um adversário misterioso, Shadow, o Ouriço, enquanto o Dr. Robotnik ressurge após sua derrota com um novo plano. 

Sonic, desde o lançamento de seu primeiro filme em 2020, tornou-se um dos exemplos bem-sucedidos de adaptações de jogos para o cinema. No entanto, inicialmente, seu design gerou estranhamento, o que levou a críticas do público. O estúdio, atento às reclamações, ouviu os fãs e ajustou o visual do personagem, resultando em um design mais amigável e menos realista. O primeiro filme apresentava uma premissa típica de "Sessão da Tarde", com uma criatura de outro planeta, o Sonic, e um ser humano. A conexão com os jogos estava no embate entre Sonic e o Dr. Robotnik. 

No segundo filme, os personagens humanos, que eram exclusivos da adaptação cinematográfica, foram mais afastados, a fim de dar mais espaço para o Sonic, além de Tails e Knuckles, que foram os novos personagens introduzidos no filme. No terceiro filme, os personagens humanos foram relegados a um papel secundário, mas sua reintrodução na trama ocorre de maneira mais coerente, alinhada com o desenvolvimento da história. 

Os filmes anteriores não seguiram uma adaptação literal dos primeiros jogos da franquia dos anos 90, mas incorporaram de maneira inteligente elementos que agradaram tanto aos fãs de longa data quanto ao público mais amplo. No segundo filme, por exemplo, a introdução de Tails, previamente anunciada na cena pós-créditos do primeiro longa, foi um acerto ao expandir o universo de Sonic. Além disso, o enredo traz influências de jogos como Sonic Adventure, onde o personagem chega à Terra, e Sonic Adventure 2, com o confronto entre Sonic e Shadow. 

Essas referências não apenas mantêm a essência dos jogos, mas também fortalecem a conexão dos filmes com a mitologia original de forma eficaz, agradando aos fãs sem perder a oportunidade de introduzir novos elementos e desenvolver a trama de maneira envolvente. O uso desses elementos do jogo enriquece a narrativa e mostra um respeito pela franquia, ao mesmo tempo em que a adapta de maneira criativa para o cinema.

O Shadow está impressionante, fiel aos jogos. Ele é, sem dúvida, o personagem mais icônico e complexo da franquia. Como contraparte de Sonic, Shadow compartilha habilidades semelhantes às do herói, como sua supervelocidade, além de técnicas características, como o Spin Dash. Essa técnica, que pode ser traduzida como "Ataque Giratório", consiste em o personagem se enrolar em forma de bola e se lançar rapidamente contra os inimigos, enquanto gira. Outra habilidade notável é o Homing Attack, ou "Ataque com Mira", um movimento no qual o personagem salta e, ao se aproximar de um inimigo, o ataca automaticamente, se dirigindo para ele com precisão.

Uma das principais diferenças entre Shadow e Sonic está nos tênis de Shadow, cuja origem é misteriosa, mas que possuem propulsores, permitindo-lhe até voar. Nos jogos, Shadow também utiliza armas de fogo, o que causou surpresa e até choque na comunidade na época, já que foi a primeira vez que o anti-herói foi retratado com uma arma. Essa decisão gerou um debate acalorado, com alguns defendendo que se tratava de uma evolução natural do personagem, enquanto outros consideravam isso uma tentativa forçada de tornar a série mais "adulta". No entanto, no longa-metragem, o personagem utiliza apenas um revólver, sem disparar tiros reais.

A história de Shadow nos jogos revela que ele foi criado na Colônia Espacial ARK como uma arma biológica, sendo designado "a forma de vida suprema". O objetivo principal do projeto era descobrir a fórmula da imortalidade. O Professor Gerald Robotnik, avô de Dr. Eggman, liderava as pesquisas com a intenção de usar os resultados para curar sua neta, Maria, que sofria de uma doença autoimune. No entanto, no longa-metragem, Maria, a única amiga de Shadow, não está doente, embora a tragédia subsequente seja a mesma. Quando esse arco foi adaptado no anime Sonic X, ele foi censurado ao chegar ao Ocidente. Isso fez com que o filme e o arco de Shadow adquirissem um tom mais sombrio, ao mesmo tempo em que se distanciaram da proposta original da franquia, resultando em uma obra mais obscura e dramática em comparação aos seus predecessores. 

Robotnik retorna com um visual mais fiel aos jogos. No primeiro filme, ele apresentava cabelos castanho-escuros e um bigode fino com cachos nas extremidades. No segundo filme, o personagem adotou uma aparência significativamente diferente: raspou a cabeça completamente careca, deixou seu bigode crescer de forma desleixada, mais espesso e de tom avermelhado, e seu nariz passou a exibir uma notável queimadura de sol de tom rosado-avermelhado, aproximando-se mais do visual dos jogos. No terceiro filme, o personagem ganha peso, e seu visual vai se tornando progressivamente mais fiel ao dos jogos. 

Jim Carrey continua a se destacar no papel, com suas expressões faciais e gestos caricatos característicos. Além de interpretar o próprio Robotnik, Carrey também assume o papel de Gerald Robotnik, o avô do personagem, que, de certa forma, é uma versão mais envelhecida de Robotnik, lembrando a interpretação de María Antonieta de las Nieves, que no seriado Chaves interpretava tanto a personagem Chiquinha quanto sua avó. No entanto, isso funciona devido ao tom exagerado do filme, que é essencialmente caricatural, especialmente no que se refere à interpretação do personagem Robotnik. 

Sonic 3 mantém a essência da franquia ao introduzir Shadow de forma fiel aos jogos, explorando seu passado misterioso e complexo. A trama expande o universo de Sonic com a participação de Tails e Knuckles, enquanto Robotnik retorna com um visual mais fiel aos jogos. O filme equilibra ação, humor e drama, com Jim Carrey continuando a brilhar como Robotnik. A adaptação respeita a mitologia, agradando aos fãs de longa data, ao mesmo tempo em que oferece uma experiência divertida e acessível para todos.

Autor:


Meu nome é João Pedro, sou estudante de Cinema e Audiovisual, ator em formação e crítico cinematográfico. Apaixonado pela sétima arte e pela cultura nerd, dedico meu tempo a explorar e analisar as nuances do cinema e do entretenimento.

Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa - Uma Aventura Divertida e Reflexiva Sobre a Natureza e a Simplicidade do Personagem

Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa | Paris Filmes

Um dos personagens mais queridos do universo de A Turma da Mônica irá enfrentar um grande desafio em Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa. Chico Bento acorda para mais um dia na Vila Abobrinha focado em conseguir subir em sua amada goiabeira para pegar a fruta sem o dono das terras saber. O que Chico não esperava era que sua preciosa árvore estaria ameaçada pela construção de uma estrada na região, já que, para desenhar a rodovia, será preciso pavimentá-la pela propriedade de Nhô Lau, exatamente onde a goiabeira está plantada. Focado em salvar a árvore, Chico Bento reúne seus amigos Zé Lelé, Rosinha, Zé da Roça, Tábata, Hiro e toda a comunidade para acabar com o projeto da família de Genezinho e Dotô Agripino. Com a turminha se metendo em diversas confusões, Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa traz uma aventura que irá tirar o sossego e a tranquilidade da Vila Abobrinha.

A Turma da Mônica iniciou sua adaptação live action em 2019 com Turma da Mônica: Laços. Em 2021, foi lançado Turma da Mônica: Lições, e no ano seguinte, chegou Turma da Mônica: A Série, que serviu como desfecho para o elenco dessas produções. Ainda em 2024, foi lançado Turma da Mônica Jovem: O Reflexo do Medo, com um novo elenco, que obteve um desempenho abaixo das expectativas nas bilheteiras. Recentemente, tivemos o lançamento de Turma da Mônica: Origens. No entanto, Chico Bento e a Goiabeira Maravilhosa conseguiu remover o gosto amargo deixado por O Reflexo do Medo, oferecendo uma história simples, mas extremamente divertida. 

O filme se destaca por sua abordagem simples, mas eficaz, ao contar uma história que não tenta se distanciar da essência do personagem. A produção resgatou o tom leve e bem-humorado das narrativas originais, sem recorrer a inovações desnecessárias que poderiam descaracterizar a obra. Por exemplo, todos os personagens, incluindo os adultos, são retratados de maneira boba. Isso fica evidente logo no início do filme, durante o flashback que mostra o nascimento de Chico Bento. Na cena, em vez de ajudar a esposa no parto, o pai de Chico se dedica a imitar os gestos dela, evidenciando sua atitude pueril.

O roteiro do filme explora de forma clara e envolvente a relação entre os seres humanos e o meio ambiente, destacando a importância da preservação natural. A trama acompanha Chico Bento, um garoto que tenta salvar a goiabeira de sua aldeia, ameaçada pela construção de uma estrada. A árvore, que representa a memória e a vivência de Chico, se torna um símbolo da fragilidade da natureza diante do avanço do homem. A ameaça à goiabeira é mais do que um simples conflito; ela ilustra de maneira impactante como as intervenções humanas podem desestruturar o equilíbrio natural. 

Ao focar nessa luta pessoal e íntima, o filme mostra que cada pequena ação, como a preservação de uma árvore, pode ter repercussões significativas. A história, simples mas profunda, conecta o público jovem a questões ambientais de maneira direta, incentivando a reflexão sobre o papel de cada um na proteção da natureza.

A performance de Isaac Amendoim como Chico Bento é um dos pontos mais fortes do filme. Ele consegue capturar a essência do personagem de forma autêntica, transmitindo sua ingenuidade e simplicidade de maneira encantadora e natural. Amendoim dá vida a um Chico que é genuíno e engraçado, sem forçar os traços caricatos que poderiam desvirtuar a figura do caipira. 

Sua interpretação traz um frescor ao personagem, equilibrando perfeitamente o tom leve e a profundidade emocional necessária para que o público se conecte com a história. A habilidade de Amendoim em expressar as pequenas nuances de Chico — seja nas interações com os amigos ou na sua relação com a natureza — enriquece o filme, tornando-o mais envolvente. Ele consegue transmitir a pureza e a determinação do personagem sem exageros, o que faz com que Chico Bento se sinta ao mesmo tempo familiar e novo, cativando tanto os fãs antigos quanto os novos espectadores.

Chico Bento e a Goiabeira Maravilhosa com uma abordagem leve e divertida, resgata a essência do personagem, combinando humor e uma importante mensagem ambiental. A performance carismática de Isaac Amendoim como Chico Bento é um dos grandes destaques do filme, garantindo uma experiência encantadora e reflexiva para todas as idades.

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Meu nome é João Pedro, sou estudante de Cinema e Audiovisual, ator em formação e crítico cinematográfico. Apaixonado pela sétima arte e pela cultura nerd, dedico meu tempo a explorar e analisar as nuances do cinema e do entretenimento.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim - Uma Jornada Sem Magia e Surpresas

O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim | Warner Bros. Pictures


O Senhor dos Anéis: A Guerra de Rohirrim acompanha a história não contada por trás do famoso Abismo de Helm, a fortaleza icônica que ajudou na jornada de Aragon, Legolas e Gimli centenas de anos antes da fatídica Guerra dos Rohirrim, contando a vida e os tempos sangrentos de seu fundador, Helm Hammerhand, o rei histórico de Rohan. 183 anos antes das aventuras de Frodo e dos eventos da trilogia original de filmes, O Senhor dos Anéis: A Guerra de Rohirrim acompanha o destino do povo do reino de Rohan e a saga de seu rei Helm, ambos em guerra com Wulf, lorde do povo Dunlending que busca vingança pela morte de seu pai. Será Hera, filha de Helm, porém, quem irá liderar a resistência contra os ataques desse implacável inimigo antes que seja tarde demais.

Após a famosa trilogia de livros de Tolkien, ambientada na Terra-média, ser adaptada para o cinema entre 2001 e 2003, ela se tornou um dos maiores ícones da cultura pop e inspirou diversos jogos de RPG. Sob a direção de Kenji Kamiyama, conhecido por seu trabalho em Star Wars: Visions, e com a produção executiva de Peter Jackson, o mesmo diretor de O Senhor dos Anéis, O Hobbit e King Kong (2005), o filme não tem a intenção de ser uma continuação de O Senhor dos Anéis. Ao contrário, busca contar uma história independente, ambientada em uma antiga guerra no reino de Rohan. 

Para isso, os criadores introduzem uma personagem presente nas obras de J.R.R. Tolkien: a filha de Helm Mão-de-Martelo, Hera. Como fã de animações e de anime, fiquei muito empolgado quando o projeto foi anunciado. No entanto, infelizmente, a obra não atendeu às minhas expectativas. O conflito familiar e a luta entre líderes de diferentes "casas" dentro do mesmo reino fazem com que A Guerra dos Rohirrim se assemelhe mais a Game of Thrones. A fantasia perde destaque, sendo substituída por uma trama centrada em traições, amores não correspondidos e mortes impactantes.

A trama do filme é razoável, tentando alcançar algo grandioso, mas segue caminhos previsíveis quanto ao destino de certos personagens e ao desenvolvimento de outros. Um exemplo disso é o vilão, cuja conexão com Hera é rasa, e sua motivação se resume apenas à vingança, sem uma exploração mais profunda. Isso faz com que seu arco seja monótono e o final, sem surpresas.

A protagonista Héra é uma personagem forte, com uma personalidade marcante, o que representa uma evolução em relação às primeiras obras de Tolkien. Sua jornada, embora eficaz, segue um caminho um tanto genérico, encaixando-se no clichê da princesa rebelde, sem explorar completamente seus desejos e habilidades. O enredo não se limita a ela, mas também destaca Olwyn, uma guerreira do passado, ressaltando que mulheres como ela desempenharam papéis cruciais na defesa de Rohan. Em um cenário de guerra, onde os homens muitas vezes minimizam o papel das mulheres, essas guerreiras são chamadas de volta à ação, trazendo uma nova dinâmica para a Terra-média. O vilão Wulf segue o estereótipo do guerreiro movido por vingança, enquanto os arquétipos masculinos se dividem entre heróis honrados e os gananciosos, dispostos a matar sem considerar o bem maior.

Logo no início de A Guerra dos Rohirrim, a exibição do título é acompanhada pela trilha sonora icônica de O Senhor dos Anéis, composta por Howard Shore, oferecendo uma dose de nostalgia para os fãs da franquia. A música, épica e emocional, com seus elementos orquestrais e corais, evoca a grandiosidade da Terra Média, estabelecendo imediatamente um vínculo com o público. 

No entanto, quando a trilha segue com a composição de Stephen Gallagher, editor de música da trilogia O Hobbit de Jackson, fica claro que ele tenta manter o estilo de Shore, mas sem o mesmo impacto. Embora o retorno ao tema de Rohan seja bem-vindo, a música de Gallagher, por mais competente que seja, acaba sendo uma réplica segura demais do que já conhecemos, sem conseguir oferecer uma identidade única para o novo filme. A familiaridade da trilha sonora traz conforto, mas também revela uma falta de inovação, o que pode deixar os mais exigentes com uma sensação de déjà-vu.

O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim tenta explorar uma nova parte da história de Rohan, mas se afasta dos elementos de fantasia que tornaram a obra original única, focando mais em intrigas políticas e conflitos familiares. A protagonista e os temas de guerra e vingança trazem uma nova dinâmica, mas a trama perde a mística da Terra Média. 

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Meu nome é João Pedro, sou estudante de Cinema e Audiovisual, ator em formação e crítico cinematográfico. Apaixonado pela sétima arte e pela cultura nerd, dedico meu tempo a explorar e analisar as nuances do cinema e do entretenimento.

Empate – Seringueiros, os guardiões da floresta

Empate | Descoloniza Filmes

Direto e reto, o documentário Empate vem para reacender discussão sobre floresta, posse, direitos, condições de vida de trabalhadores rurais e o agronegócio (pop, eles disseram!). A obra é uma poderosa narrativa visual que mergulha na história dos seringueiros do Acre, que lutaram bravamente pela preservação de parte da floresta Amazônica em meio ao avanço do desmatamento à favor do agronegócio (tech, eles disseram!).

Como ambientação, trata daquele velho Brasil das décadas de 70 e 80, marcado pela ditadura militar e suas peculiaridades, por assim dizer. Segundo consta, a ideia era incentivar a ocupação da Amazônia para proteger fronteiras com o exterior e integrar a floresta ao resto do país. Como isso seria feito? Como qualquer projeto de desenvolvimento econômico: no lugar da floresta, gado, rodovias, hidrelétricas etc. Com o agronegócio em expansão, o desenho estava formado.

Ao contextualizar essa realidade, Empate traz um registro forte e ao mesmo tempo cheio de sensibilidade, simplicidade e rigor histórico. O documentário retrata não apenas a luta dos seringueiros e suas famílias para proteger tanto – e tanto – aquela floresta, como também a ideia de coletividade que sustentou desde o início o movimento.

Entre uma entrevista e outra, uma ambientação e outra, em cada canto, milimetricamente filmado, desde o primeiro minuto, é perceptível presença forte de Chico Mendes. A presença da ausência, como dizem! Ele que norteou o desejo daquele povo pela proteção da floresta, estava a todo tempo nas palavras de saudade, no olhar vazio e esperançoso de todos os personagens. Chico é símbolo da luta ambiental, reconhecido nacional e internacionalmente. A ideia dele já foi disseminada, feito penugem de dente-de-leão ao menor sinal de vento. 

Trazendo para os dias de hoje, os desafios sociais e ambientais ainda persistem, é visível! Empate não acaba nos créditos, pelo contrário, abre espaço para que os debates a respeito da temática não cessem. Por isso é uma obra tão importante.Empate tem uma atmosfera densa e melancólica – triste, até! –, mas deixa vivo o sentido de união de uma comunidade inteira que, com pouco, enfrentou os interesses de grandes corporações e de um Estado omisso e conivente. Lá atrás conseguiu, a história está aí para provar. E hoje?

A luta dos seringueiros, os guardiões da floresta, continua viva em cada pessoa que se posiciona contra a devastação. A ideia é viver junto com a floresta, não sem ela – motivos óbvios.

Autora:


Lá em 2004 participei do meu primeiro filme. Ali apaixonei pelo cinema, mas como toda boa paixão, à la Jack e Rose, naufragou. A vida toma rumos e acabei seguindo outra área. Mas nada apaga uma boa paixão, né isso? Me chamo Carol Sousa e hoje falo e escrevo sobre cinema, quem sabe isso quer dizer amor...

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Sting: Aranha Assassina - Quando o Terror Se Perde em Tentativas de Humor e Drama Familiar

Sting - Aranha Assassina | Diamond Filmes

Em Sting - Aranha Assassina, uma noite fria e tempestuosa em Nova York, um objeto misterioso cai do céu, quebrando a janela de um prédio de apartamentos decadente. Dentro dele, um ovo eclode, dando vida a uma estranha aranha. Charlotte (Alyla Browne), uma garota rebelde de 12 anos e fã de histórias em quadrinhos, descobre a criatura e a nomeia Sting. Enquanto sua mãe e seu padrasto, Ethan (Ryan Corr), lutam para se ajustar à chegada de um novo bebê, Charlotte se sente cada vez mais isolada e encontra consolo na amizade com Sting. No entanto, à medida que a aranha cresce em tamanho e apetite, os animais de estimação dos vizinhos começam a desaparecer, seguidos pelos próprios moradores. Quando a verdadeira natureza de Sting é revelada, Charlotte se vê em uma corrida contra o tempo, sozinha em sua luta para salvar sua família e os excêntricos habitantes do prédio de um aracnídeo voraz que agora os caça. Determinada a proteger aqueles que ama, Charlotte deve encontrar uma maneira de deter a criatura antes que seja tarde demais.

Filmes com animais assassinos costumam misturar o medo com o suspense, e geralmente apresentam criaturas que se tornam uma ameaça para os seres humanos. O filme mais recente envolvendo Aranha Assassina e até possui uma premissa parecida é Infestação (2023), que acompanha Kaleb, um jovem solitário que encontra uma aranha venenosa em um bazar e a leva para seu apartamento. Quando a aranha se espalha rapidamente, o prédio se torna uma armadilha mortal, e os moradores devem lutar pela sobrevivência enquanto a polícia isola o local. No entanto, Em Sting se diferencia ao focar na relação emocional de Charlotte com a criatura, em um enredo que mistura o medo com um toque de empatia e solidão adolescente. A tensão central reside não apenas na ameaça da aranha, mas também no isolamento e na crescente desconexão de Charlotte com os outros, sendo até interessante. Enquanto o Ethan, que exerce o papel de padrasto, sente-se sobrecarregado ao prestar assistência aos moradores do edifício em ruínas, realizando tarefas como encanamento e outras atividades. Além disso, dedica seu tempo livre à ilustração de histórias em quadrinhos, enquanto gerencia suas responsabilidades familiares, incluindo o cuidado do bebê e a manutenção de seu relacionamento com a enteada. O dramas familiar é interessante nesse gênero, mesmo que o foco seja o terror, é possível de criar empatia pelos personagens.

As sequências envolvendo a criatura ameaçadora falham em gerar o impacto desejado, resultando em uma experiência desconexa e sem tensão. Embora o filme se proponha a ser de terror, a mistura de elementos cômicos com o aspecto aterrorizante acaba comprometendo sua eficácia. A tentativa de equilibrar o humor com o medo se revela forçada, prejudicando a imersão do público e minando o potencial das cenas mais intensas. Além disso, a falta de consistência tonal torna a narrativa superficial, afastando a possibilidade de criar uma atmosfera realmente envolvente e inquietante. O filme, ao invés de explorar o medo de forma plena, se perde em uma tentativa equivocada de apelar para diferentes registros emocionais, sem alcançar uma identidade coesa que conecte o espectador à trama.

A protagonista do filme é excessivamente irritante, sempre reclamando do padrasto, do irmãozinho e de tudo ao seu redor. Sua mãe critica o marido, que trabalha fazendo quadrinhos. A única forma de criar empatia pela história é o fato de serem uma família com um bebê envolvido. Se fosse um grupo de amigos, seria fácil torcer para que a aranha resolvesse eliminar todos.

Sting - Aranha Assassina" tenta mesclar terror e drama familiar, mas a mistura de humor e medo compromete a tensão. A narrativa se torna desconexa, e os personagens, especialmente a protagonista, dificultam a criação de empatia. Embora a trama busque explorar o isolamento e a relação com a família, o filme falha em gerar impacto, tornando-se uma experiência insatisfatória para os fãs de terror. 

Autor:


Meu nome é João Pedro, sou estudante de Cinema e Audiovisual, ator em formação e crítico cinematográfico. Apaixonado pela sétima arte e pela cultura nerd, dedico meu tempo a explorar e analisar as nuances do cinema e do entretenimento.

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