Mostrando postagens com marcador mubi. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador mubi. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

The Mastermind (2025) é a balada de um himbo alienado

 

The Mastermind (2025) | MUBI, Imagem Filmes

Imagina o seguinte cenário: estamos no meio-oeste americano, nos anos 1970. O presidente é Richard Nixon e os Estados Unidos estão no meio da contracultura e da guerra do Vietnã. O clima é tensão e de crise no ar. Mas JB Mooney (Josh O'Connor) não poderia se importar menos com isso, afinal ele tem outras coisas em mente. 

JB era um promissor um aluno de artes visuais que desistiu da cadeira e agora ele trabalha mal ou bem como marceneiro. Ele mora em uma cidade de Massachusetts, é casado com Terri (Alana Haim), com quem tem dois adoráveis filhos, um deles, Tommy (Jasper Thompson), é muito ligado nele. Além disso, não tem uma boa relação com o pai (Bill Camp) que é um juiz e, eventualmente, recorre à mãe (Hope Davis) por um dinheiro extra. Apesar da esposa trabalhar como secretária, ele fica à deriva, largado entre trabalhos.

Em uma visita do museu de arte local, JB fica fascinado por uma série de pinturas abstratas de um artista ligado ao seu passado. E, ao perceber que a segurança da sala em que obras estão expostas é bem ineficaz, ele começa a maquinar um plano, um tanto ingênuo, de roubar estas pinturas do museu para revendê-las no mercado clandestino. Ele pega mais uma quantia com a mãe, monta um esquema e uma equipe bem precária, porém de mestre do crime, ele não tem nada. E o tiro pode sair pela culatra.

The Mastermind (2025), que acabou de passar no Festival do Rio e chega nos cinemas dia 16/10, é o novo filme da diretora Kelly Reichardt. Os filmes de Reichardt são contemplativos e que tomam um tempo antes da narrativa engrenar de fato (caso o espectador não estiver familiarizado com seu estilo), mas a sua construção de personagens é tão cativante que torna-se o principal fio condutor de suas narrativas. Ou seja, o estudo de personagem é o que sustenta suas obras. 

Existe uma certa ironia no título do longa, pois JB acha que tem o controle meticuloso de todo o esquema que arquiteta, mas fundo é ele quem está menos preparado. A performance magnífica de Josh O'Connor brilha com essa personagem passiva e ambiciosa, de expressão paciente e perdida. Reichardt desenvolve os desejos e as motivações da protagonista para cometer tal crime, mesmo não perdendo o tom cômico que impregna na obra. Se ele apresenta de forma "apolítica" no exterior, JB faz parte de uma geração perdida, alienada, que está na corda bamba; seus desejos são frustrados e encontra, no sentimento de rebelião moral, uma reinvenção própria. 

Comete o crime para se reconectar com quem ele havia sido antes, porém as pessoas mudam; e essa busca pela esta imagem passada é vã. Por mais que a personagem de O'Connor seja patética aos olhos do público, a direção consegue dar uma dimensão emocional que nos faz sentir empatia por ele, ao focar nos seus dilemas morais, como um retrato de uma "americana" decadente durante um período histórico turbulento. O american way of life é deprimente, e todo departamento de design de produção e de fotografia deixam isso aparente com muitos tons frios e terrosos. A vida quase sendo uma natureza morta. E trilha sonora de jazz é potente, os sons de Rob Mazurek dão uma vida ao filme que contrasta com seu visual pálido.

Além de O'Connor, o elenco está muito bem de forma geral. Alana Haim tem um performance bem contida, mas que consegue transparecer todas as inseguranças e sentimentos de sua personagem, principalmente relacionadas ao seu casamento. As crianças que fazem os filhos de JB, Sterling e Jasper Thompson, são carismáticos e uns amores em tela. Mas também gostaria de ressaltar a ponta de John Magaro e Gabby Hoffmann que fazem um casal de amigos de JB, com quem ele encontra durante sua fuga da polícia.

Reichardt cria aqui uma comédia de erros, que não deseja transformar sua protagonista em uma caricatura, mas como uma representação de uma geração alienada em meio a uma crise. Uma personagem que se reinventa, mas sem consertar os erros. A busca pela moral de um homem precipitado. A busca pelos fantasmas do passado em meio a um futuro incerto. Uma tentativa de homenagem a Louis Malle e Robert Bresson. Tem ironia, mas, debaixo de todo o frio, também há um coração.

*Esta crítica faz parte da cobertura do 27o Festival do Rio, realizado em 2025, visto em cabine de imprensa.

Autor:
                                  

Eduardo Cardoso é natural do Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa. Cardoso é graduado em Letras pela Universidade Federal Fluminense e mestre em Estudos de Linguagem na mesma instituição, ao investigar a relação entre a tragédia clássica com a filmografia de Yorgos Lanthimos. Também é escritor, tradutor e realizador queer. Durante a pandemia, trabalhou no projeto pessoal de tradução poética intitulado "Traduzindo Poesia Vozes Queer", com divulgação nas minhas redes sociais. E dirigiu, em 2025, seu primeiro curta-metragem, intitulado "atopos". Além disso, é viciado no letterboxd. 

Valor Sentimental (2025) mostra que a ferida é profunda

 

Valor Sentimental (2025) | MUBI

A casa é uma personagem, um ponto de referência. Dentro do seu espaço delimitado, mas nunca parado, podem conter diversas histórias, pessoas e traumas que faz parte de sua genealogia. Suas fundações é o palco em que outras narrativas se desenvolvem ao longos dos anos, décadas e séculos. E elas deixam marcas, rachaduras que, se cuidar bem dela, podem ser remediadas. A casa da família Borg, que sobreviveu por gerações, é uma delas.  
 
O diretor de cinema, Gustav (Stellan Skarsgård), morava lá com a esposa e as duas filhas, Nora (Renate Reinsve) e Agnes (Inga Ibsdotter Lilleaas). Os pais não se davam bem e a relação afundava tão violentamente que este desentendimento afeta principalmente Nora que irá desenvolver um problema gravíssimo de ansiedade e de depressão. E após o divórcio, Gustav se torna o famoso "pai ausente" da família; muito mais focado no trabalho do que no cotidiano das filhas.

 Anos se passam, as filhas se tornam já adultas e independentes, Nora se torna uma atriz, enquanto Agnes, que atuou em algumas obras de seu pai quando criança, é uma pesquisadora acadêmica. E a mãe delas, que ainda morava na casa, falece. E com isso, Gustav volta ao cotidiano da família. Para o pavor de Nora, que tem assuntos bem não resolvidos com seu pai, ele oferece a ela o papel principal de um novo projeto que, em teoria, teria a ver com a história da família. Achando que Gustav está tentando se aproveitar do momento atual, ela recusa  com uma certeza absoluta o papel. 

No entanto, em uma viagem de trabalho Gustav acaba conhecendo a atriz americana Rachel Kemp (Elle Fanning) que é fã justamente do filme que ele faz com Agnes vários anos atrás. E, depois disso, ele volta a Noruega com o financiamento do filme e com Rachel no papel principal, o que abala as estruturas emocionais de Nora e de toda dinâmica familiar.

Valor Sentimental (2025) é novo longa de Joachim Trier, no qual ele repete a parceria com a Renate Reinsve no papel principal e com o roteiro de Eskil Vogt de seu projeto anterior, A Pior Pessoa do Mundo (2021). Se Trier e Vogt exploram a vida e o crescimento pessoal e emocional de uma personagem na obra passada, agora eles exploram todo um micro ecossistema com mais agentes para brincar. Todas as personagens -  Nora, Gustav, Agnes e Rachel - possuem um arco narrativo que se entrelaçam entre si. Elas investigam, de uma forma ou outra, as feridas que atormentam a sua psique. 

Existe uma certa homenagem ao trabalho da obra de Bergman em certos momentos e planos: o uso de um ambiente central, das imagens do duplo, dos perfis destacados, os pontos de vista; em especial, ao filme Gritos e Sussurros (1972), que a dupla criativa constrói, sem deixar uma visão autoral de lado. De fato, as alusões existem, mas são sutis e não dominam a trama vigente. Gustav poderia ser qualquer diretor aclamado com relacionamento familiar disfuncional, e não necessariamente uma caricatura direta do diretor sueco. Afinal,  há exemplos deste "tipo" de personagem para fora da Escandinávia, um certo "apelo universal" se podemos dizer assim. 

Mas isso é uma cereja de um saboroso de um bolo que é preparado com um tempo, de sabores complexos, e bem estruturado. A direção de Trier continua sendo bastante forte e o roteiro de Vogt tem uma maturidade impressionante. Se A Pior Pessoa tem uma energia ligada a juventude, Valor possui uma contemplação geracional que fisga o espectador pela construção de personagem e a dinâmica articulada aqui.

Nora e Gustav, atriz e diretor, são comunicadores culturais, porém não conseguem falar aquilo que um pensa sobre o outro. Há uma tentativa, mas as feridas abertas, ainda cobertas de sangue e sal, não os deixam falar. Suas almas gritam pelo anseio pela comunicação, mas os corpos travam, criam barreiras em que as duas partes não se encontram no meio. Se Renate Reinsve encantou o público com a sua Julie no longa anterior do realizador, aqui, como a introspectiva Nora, ela dá o outro lado da moeda. Existe algo muito palpável em sua performance que toca lugares profundos, sem cair em maneirismos e exageros na atuação. Ela consegue capturar a sensação da personagem estar sem chão que é arrasadora. 

E não muito longe do departamento da atuação está o veterano Stellan Skarsgård, que rouba a cena com o carismático Gustav aos olhos públicos, mas que esconde dentro de si aquele olhar de uma tristeza profunda. Sua personagem se depara com o legado de sua carreira que, apesar da importância, não há novo durante décadas e com a própria brevidade da vida. Tem pose de bon vivant, mas, no fundo, existe uma solidão que paira sobre sua cabeça. Skarsgård está no seu melhor papel de sua carreira até agora e rouba a cena quando aparece.

Também é preciso destacar as performances de Lilleaas e Fanning que estão ótimas em seus respectivos papéis. Agnes é a mediadora de Nora e Gustav e, ao saber que o pai quer escalar seu filho no projeto, ela vai atrás da história de família para tentar descobrir as intenções do texto de Gustav. Agnes é linha que liga a narrativa principal com a subtrama da qual somos introduzidos no início, através dela descobrimos marcas e traumas do passado que fizeram parte da história da genealogia familiar. Ela é mensageira de algo maior. 

Enquanto isso, Rachel, uma outsider, enfrenta problemas com a construção de sua personagem. Apesar de dar seu melhor, ela sente que algo está errado com projeto. Seria que ela entende o texto decifrado de Gustav ou seria ela o problema? A pessoa errada no momento errado? Qual seria o verdadeiro significado a esta personagem?

 Em suma, Valor Sentimental triangula gerações de família e de artistas para tocar temas que transpassam aspectos públicos e privados. É um conto sobre traumas e questões existenciais. A possibilidade plural da arte em tocar em assuntos sensíveis ou pessoais. De certa forma, um filme performático, cujas páginas do roteiro são a vida de suas personagens. Um trabalho maduro e sólido.

*Esta crítica faz parte da cobertura do 27o Festival do Rio, realizado em 2025.

Autor:
                                  

Eduardo Cardoso é natural do Rio de Janeiro, Cidade Maravilhosa. Cardoso é graduado em Letras pela Universidade Federal Fluminense e mestre em Estudos de Linguagem na mesma instituição, ao investigar a relação entre a tragédia clássica com a filmografia de Yorgos Lanthimos. Também é escritor, tradutor e realizador queer. Durante a pandemia, trabalhou no projeto pessoal de tradução poética intitulado "Traduzindo Poesia Vozes Queer", com divulgação nas minhas redes sociais. E dirigiu, em 2025, seu primeiro curta-metragem, intitulado "atopos". Além disso, é viciado no letterboxd. 

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Cléo das 5 às 7 - O Reflexo da Angústia.

Cléo das 5 às 7 | Athos Films

 

Aclamadíssimo, sucesso inquestionável de críticas e queridinha hors concours do movimento da Nouvelle Vague, Cléo das 5 às 7, dirigido por Agnès Varda e estrelado por Corinne Marchand, é uma bomba de simbolismo e uma aula de direção e produção cinematográfica, que mais uma vez prova e exemplifica que pode-se fazer muito, com pouco.

O filme conta a história em tempo quase diegético de duas horas na vida de “Cléo”, enquanto ela muito amedrontada aguarda o veredito de um suposto diagnóstico de câncer, buscando consolo e conforto na companhia de seus amigos e alguns desconhecidos, mas também em sua própria imagem.

Cléo é extremamente narcisista, e muito explicitamente revela que se importa mais com sua beleza do que com a sua vida, a ponto de dizer que se a possibilidade do câncer – uma doença que além de muitas vezes fatal, afeta a figura – se dar por verdadeira, se suicidaria. Ela então se concentra em permanecer bela, pois afirma que ser feia é um tipo de morte, sendo esse um comentário de protesto de Agnes sobre a opressão estética que existe no universo feminino, especialmente em Paris da época, onde mulheres, muito mais do que homens passam por uma propaganda cultural que as encoraja a construir uma imagem de beleza e perfeição. Ideia essa que permeia nosso subconsciente também pela aparência geral do filme em si, onde quase não há sombra alguma, tudo é bem iluminado e esmaecido, dando a sensação onírica de perfeição recurso comum no cinema para embelezar personagens ou até cenas inteiras.

Cléo passa o filme inteiro rodeada de reflexos, seja através de diversas formas de espelhos, vidraças intermináveis pelas ruas parisienses e encontra conforto na sua própria imagem, hipnotizada e aficionada por ela, usando esse recurso para se distrair do medo da morte, ou mais especificamente, do medo de ficar feia em resultado da inevitabilidade da morte. Não apenas pela sua imagem de forma literal, Cléo se deixa enganar pela imagem que sua aparência transmite. Em determinado momento do filme ela se monta inteira para receber seu parceiro amoroso, da forma que ela acredita que é a imagem perfeita dela mesma, uma imagem que seria do interesse dele, e se encara uma última vez antes de sua chegada em um espelho de mão, como se a realidade se reduzisse àquele espaço ínfimo, onde nada existe, apenas ela. 

Só para então ser completamente ignorada pelo homem, que faz sua presença no filme parecer quase inexistente e fazendo Cléo se sentir da mesma forma. Se sua beleza já não importava, o que mais ela poderia fazer? Chegam então seus produtores, pois a personagem Cléo é uma cantora musical, e a pedem para cantar uma música nova, tristíssima apesar de muito belamente cantada por Marchand, na qual a letra conta sobre uma mulher que sem seu amor, morreria sozinha e feia, até que Cléo, em um zoom-out extremamente expressivo, se dá conta de que ela não quer ser lembrada assim. Ela então se desmonta e põe sua peruca em cima de um espelho.

Mais tarde no filme, em mais um momento de simbolismo quando Cléo se encontra com uma amiga sua que trabalha como modelo, e é de forma literal um modelo de pessoa para a protagonista, as duas conversam sobre padrões de beleza e se a imagem é algo importante, se não existe um medo de que outras pessoas encontrem imperfeições em seus corpos, e chegam à conclusão que o que realmente importa era se elas mesmas amavam seus corpos. Após esse momento, Cléo deixa cair o espelho que carrega em sua bolsa e ele se parte. Vemos o reflexo da nossa personagem no caco e então ela o abandona, sendo essa a última vez que um espelho aparece no filme. 

Isso permite Cléo a abraçar mais a si mesma, se abrir para novas experiências, conhecer potenciais novos amores e, de repente, o resultado de sua exame passa a não a amedrontar mais tanto assim, pois o que importa não é mais sua aparência ou o que o mundo pensa dela ou vê nela, mas sim quem ela é, e o tempo que lhe resta.

Autor:


Henrique Linhales, licenciado em Cinema pela Universidade da Beira Interior - Covilhã, Portugal. Diretor e Roteirista de 6 curta-metragens com seleções e premiações internacionais. Eterno pesquisador e amante do cinema.

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

A Substância - Hollywood como uma Ouroboros Etarista

A Substância | Imagem Filmes

 Não é novidade a forma que Hollywood trata de forma desprezível as mulheres no meio audiovisual, principalmente as com mais idade. No caso de "A Substância" não só aborda o tema do etarimo dentro do audiovisual, como o método de cirurgias plásticas como uma forma louca de tentar se rejuvenescer de qualquer jeito, mesmo que custe sua vida. O filme tem um trabalho de edição que lembra bastante o estilo hiphop cut que Darren Aronofsky utiliza no filme "Requiem Para um Sonho" dos anos 2000. Muitos cortes rápidos e em close-ups em cenas envolvendo corpo e comida. Sem contar que a direção utiliza de muitos elementos vindos dos anos 80, remetendo até mesmo o body horror de David Cronenberg. 

É necessário apontar que o filme, mesmo tendo um trabalho técnico muito bom, principalmente no quesito maquiagem, é necessário deixarmos a técnica de lado e prestarmos atenção em sua narrativa e em seu discurso. A obra, mesmo com um discurso necessário para os dias atuais, é um filme que tem não apenas a exposição falada, mas a imagética. Por exemplo: Mesmo o filme sendo dirigido por uma mulher, Coralie Fargeat, o filme trata suas personagens femininas da forma mais hipersexualizada possível. Contendo um exagero no número de closes nas genitálias e as colocando nuas sempre que possível de forma que ao mesmo faz sentido, se torna cansativo, pois a obra se concentra em se provar como uma crítica social. 

O filme consegue ter uma boa utilização na metalinguagem trabalhando com as atrizes Demi Moore(que se encontra hoje com 61 anos e com uma carreira já consolidada como atriz) e a atriz Margaret Qualley(que é um dos novos talentos e rostos bonitos de Hollywood), mostrando a facilidade que Hollywood tem em substituir suas atrizes e seus sex symbols em um estalar de dedos. Sem contar que a atuação das duas conseguem se corresponder com a narrativa e a estética proposta. 

Dennis Quaid faz o papel mais estereotipado de dono de emissora machista e nojento que se pode imaginar, e Dennis parece se divertir bastante com isso ao longo da obra, até por conta do fim do filme ser uma boa resposta para oque ele diz à um sócio sentado ao seu lado na apresentação de fim de ano "-Vocês não vão se decepcionar com ela. Eu construí ela.". 

O fim do filme trabalha de forma completamente diferente de todo o resto da obra, adotando a linguagem de filmes de terror trash, sendo na resolução das personagens, como a violência entregue e o próprio trabalho de maquiagem. Uma mistura interessante de body horror com o trash, indo de "A Mosca" de David Cronenberg, até mesmo um pouco do cômico e louco de "Basket Case" de 1982. 

"A Substância" toma muitos caminhos com a utilização da técnica como principal aliada para o filme aterrorizar e entreter o espectador, mas a crítica expositiva em quase todo o filme e a desmedida do tom proposto do meio para o final da obra tornam o filme uma bagunça com várias problemáticas. Mesmo assim, consegue incomodar e ser louco em alguns momentos certeiros que fazem o filme ficar na sua cabeça por um bom tempo. 

TEXTO DE ADRIANO JABBOUR.

Telefone Preto 2 - Do Suspense Psicológico para a Hora do Pesadelo

Telefone Preto 2 | Universal Pictures Pesadelos assombram Gwen, de 15 anos, enquanto ela recebe chamadas do telefone preto e tem visões pert...