Maximiliano Kolbe e Eu | Kolbe Arte |
Maximiliano Kolbe e Eu é daqueles filmes que costumo chamar de filme-afago! Daqueles que transformações ocorrem tanto na trama, como na vida de quem assiste.
Uma animação mexicana que tem como pano de fundo a vida do Padre
polonês Maximiliano Kolbe, conhecido por seus atos de amor, devoção e caridade durante
a Segunda Guerra Mundial. Kolbe foi preso e enviado ao campo de concentração de
Auschwitz por proteger principalmente judeus. Lá, realizou o que se considera o
maior dos sacrifícios: voluntariou-se para substituir um prisioneiro
desconhecido condenado à morte, salvando a vida desse homem ao custo de sua
própria.
A vida de Kolbe é narrada a partir da história de dois
personagens considerados diametralmente opostos, que são DJ, um garoto em idade
escolar, possuidor de uma rebeldia tal que sequer retira os fones de ouvidos
para conversar e, Gunter, um idoso que também tem lá suas transgressões e que
vive dividido entre sua casa e a igreja.
A história de ambos se cruza em determinado momento e a
partir desse encontro, uma teia de sentimentos, sensações e inspiração entre
eles e Maximiliano Kolbe é formada. Gunter faz questão de contar toda a
história do Padre, do início ao fim, para DJ que, interessado, se comove e passa
a se inspirar nas ações do Padre.
O cenário da vida do então Raimundo Kolbe, uma criança filha de uma família com pouquíssimos recursos financeiros e temente a Deus, era uma Polônia fria, acuada e escura (não importa se era dia ou não), em um período de guerras e entraves com a Alemanha nazista. O ar, cada vez mais rarefeito, era o próprio medo e invadia os pulmões de quem só queria exercer sua fé livremente.
Mesmo antes de se transformar no Padra Maximiliano Maria Kolbe, Raimundo já dava sinais de sua resistente fé na humanidade, sempre guiado por Maria Imaculada. Diante do cenário de guerra, ele tenta espalhar a palavra do amor e acolhimento a qualquer pessoa, independente da crença (ou descrença) religiosa, por confiar que na própria natureza humana existe um desejo contínuo de se aperfeiçoar.
Ao se entregar no lugar de um prisioneiro condenado à morte,
o Padre reforça a total devoção à Maria Imaculada e aceita o que ele acredita
ser os desígnios de Deus, condenando-se, ele próprio, à morte. Apesar
disso, Max Kolbe não teme a morte. Aos seus olhos, fez o que deveria fazer.
A animação mexicana é dirigida por Donovan Cook e possui personagens fortes e
interessantes. Apesar de ter um enredo, digamos que, conhecido, a forma como a
vida do Padre foi narrada, acredito que prende o expectador até o fim, sedento
pelo desfecho do filme. Os diálogos não são densos, mas cumprem bem o papel a
que se destinam.
O mote do filme é fortalecer valores como fé, amor, caridade
e, sobretudo, devoção. Talvez, depois de assistir ao filme, em alguma situação
de angústia, é possível que se pergunte: “O que Max faria?”. Se isso acontecer,
o propósito do filme foi atingido.
Maximiliano Kolbe foi canonizado pelo Papa João Paulo II e
morreu como mártir. Com estreia prevista para 17 de outubro de 2024, essa é uma história
vale a pena ser vista - e sentida.
Autora:
Lá em 2004 participei do meu primeiro filme. Ali apaixonei pelo cinema, mas como toda boa paixão, à la Jack e Rose, naufragou. A vida toma rumos e acabei seguindo outra área. Mas nada apaga uma boa paixão, né isso? Me chamo Carol Sousa e hoje falo e escrevo sobre cinema, quem sabe isso quer dizer amor...