sexta-feira, 11 de julho de 2025

Superman (2025) - Um Novo Horizonte Para o Universo DC

Super-Homem | Warner Bros. Pictures


O filme segue a jornada de Clark Kent/Superman para reconciliar sua herança kryptoniana com sua família humana adotiva em Smallville, Kansas.


Este é o primeiro filme oficialmente ambientado no novo universo cinematográfico da DC, marcando o início de uma nova fase após o polêmico universo anterior — iniciado em 2013 — ter chegado ao fim com Flash (2023) e Aquaman 2: O Reino Perdido. Diferente de O Homem de Aço (2013), que adotava uma atmosfera mais sombria e realista, este novo longa aposta em um tom mais leve, visualmente colorido e mais fiel ao estilo dos quadrinhos. O uniforme do Superman no novo filme é mais próximo dos quadrinhos clássicos, com o tradicional azul vibrante, o símbolo no peito mais arredondado e até a cueca vermelha por cima da calça. O visual em geral aposta em cores mais vivas e paletas que remetem aos gibis.


O filme opta por não recontar, mais uma vez, a história de origem do Superman — uma decisão inteligente, considerando que o público já está familiarizado com a trajetória do herói, seja por meio dos quadrinhos ou das várias adaptações anteriores para o cinema e a TV. Seguindo o mesmo caminho de produções como Batman (2022) e Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017), o longa apresenta um protagonista que já está estabelecido como super-herói desde o início da trama. Essa abordagem permite que a narrativa avance de forma mais dinâmica, focando no desenvolvimento do personagem em seu contexto atual, nas suas relações e nos desafios que enfrenta, ao invés de repetir eventos já bem conhecidos como a destruição de Krypton ou a descoberta de seus poderes na adolescência.

David Corenswet se mostra a escolha ideal para interpretar o Homem de Aço. Mais do que um “rosto bonito”, ele é um ator com alcance dramático, capaz de entregar nuances essenciais para um personagem como Superman — alguém que carrega a responsabilidade de salvar o mundo, mas também os dilemas internos de quem tenta viver entre humanos. Sua atuação equilibra com autenticidade as duas faces do herói: como Superman, é confiante, sereno e inspirador, transmitindo autoridade sem intimidação; como Clark Kent, é mais contido, com uma voz mais leve e postura tímida, revelando esforço genuíno em se passar por alguém comum. Essa variação vocal e corporal reforça a dualidade entre o símbolo e o homem — algo que muitos atores no passado deixaram de lado, mas que Corenswet domina com precisão. Mais do que força e poderes, seu Superman tem alma, humanidade e um senso de justiça verdadeiro. Ele entende que ser um herói é menos sobre ser invencível e mais sobre inspirar. Por trás da capa, sua interpretação revela um homem profundamente empático — e é essa verdade emocional que torna sua performance tão marcante.

Durante a trama, somos apresentados a outros heróis que compõem este novo universo da DC, ampliando a sensação de um mundo já habitado por figuras superpoderosas. Entre eles estão o Senhor Incrível , um gênio tático e tecnológico; Guy Gardner, um dos representantes da Tropa dos Lanternas Verdes, conhecido por sua personalidade explosiva e provocadora; e a Mulher-Gavião, uma guerreira feroz com raízes nas antigas civilizações e um forte senso de honra. A presença desses personagens não apenas enriquece o universo compartilhado, como também posiciona o Superman como parte de uma comunidade de heróis — algo muito comum nos quadrinhos, mas raramente explorado com profundidade nas adaptações anteriores. Ao invés de ser o único super-herói em destaque, ele já surge inserido em um mundo maior, repleto de aliados (e possivelmente rivais), o que abre caminho para futuros crossovers e uma construção mais orgânica do novo universo cinematográfico. 

O filme traz diversas cenas de comédia, marca registrada do diretor e roteirista James Gunn, conhecido por seu trabalho na trilogia Guardiões da Galáxia, Esquadrão Suicida (2021) e Pacificador. O humor de Gunn se destaca pela combinação de piadas rápidas, diálogos afiados e um tom irreverente que humaniza até mesmo os personagens mais poderosos. Sua abordagem vai além do simples alívio cômico, integrando o humor ao desenvolvimento dos personagens e explorando tanto situações absurdas quanto a dinâmica entre eles. Gunn tem o talento de equilibrar humor e emoção, criando cenas engraçadas que, ao mesmo tempo, aprofundam relações e revelam vulnerabilidades. Essa mistura garante que o filme não se leve excessivamente a sério, proporcionando leveza e diversão sem perder o foco na narrativa e na carga dramática dos personagens.

Superman representa uma revitalização bem-vinda do personagem e do universo cinematográfico da DC. Ao optar por um tom mais leve, colorido e fiel às raízes dos quadrinhos, e ao contar com uma interpretação sensível e autêntica de David Corenswet, a produção consegue resgatar a essência do herói de forma contemporânea e cativante. A inserção de outros personagens importantes reforça a ideia de um mundo interconectado, que promete expandir ainda mais as possibilidades narrativas. Com a direção de James Gunn equilibrando humor e emoção, o longa não só entretém, mas também emociona, posicionando o Superman como símbolo de esperança e humanidade para uma nova geração. Assim, este filme marca o início promissor de uma fase renovada e cheia de potencial para a DC nos cinemas.

Autor:


Meu nome é João Pedro, sou estudante de Cinema e Audiovisual, ator e crítico cinematográfico. Apaixonado pela sétima arte e pela cultura nerd, dedico meu tempo a explorar e analisar as nuances do cinema e do entretenimento.

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