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segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Ne Zha 2: O Renascer Da Alma - Entre a Confusão e o Topo da Bilheteria

Ne Zha 2 | A2 Filmes


Após uma grande catástrofe, as almas de Ne Zha e Ao Bing são salvas, mas seus corpos enfrentam a ruína. Para lhes dar uma nova vida, Taiyi Zhenren recorre à mística lótus de sete cores em uma ousada tentativa de reconstruí-los e mudar seus destinos.

A sequência retoma imediatamente os eventos do primeiro filme, iniciando com a épica batalha entre Ne Zha e Ao Guang, o Rei Dragão do Mar do Leste. Esse começo direto reforça a conexão com o longa anterior e demonstra respeito pela narrativa já estabelecida. Ao continuar exatamente de onde parou, o filme aprofunda o conflito e expande a trama com intensidade e ritmo consistentes, mantendo a tensão e o envolvimento do público. Após os acontecimentos finais do primeiro filme, Ne Zha e Ao Bing restaram apenas como almas.

Ambos tentam recuperar seus corpos, mas apenas Ne Zha tem sucesso. Sem alternativa, Ao Bing é forçado a habitar temporariamente o corpo de Ne Zha. Diante dessa situação, Ao Guang propõe um cessar-fogo: Ne Zha e Ao Bing deverão compartilhar o corpo por sete dias e enfrentar três provações para alcançar a imortalidade. Caso sejam bem-sucedidos, receberão uma poção capaz de restaurar o Lótus Sagrado e criar um novo corpo para Ao Bing — o que levará as forças de Ao Guang a recuarem. Trata-se de uma continuação que respeita o legado do original, mas que também se arrisca a expandir seu universo de forma ambiciosa e satisfatória.

No primeiro filme, Ne Zha era retratado como um encrenqueiro rejeitado por todos da vila, visto com desconfiança por ser um "demônio". Na continuação, embora sua personalidade rebelde e provocadora permaneça, nota-se um sutil amadurecimento do personagem. Ele começa a compreender o valor de ajudar os outros e demonstra, ainda que relutantemente, traços de empatia e responsabilidade. Essa transição, no entanto, é tratada com cuidado pelo roteiro, que evita transformá-lo repentinamente em um herói tradicional. Em vez disso, o filme mantém sua essência desbocada e irreverente — o que, embora possa parecer exagerado em alguns momentos, reforça a coerência com seu arco anterior. Um exemplo emblemático desse contraste ocorre quando Ne Zha e seu mestre, Taiyi, chegam ao sagrado Palácio Yuxu, onde o protagonista enfrentará importantes provações.

Mesmo diante da solenidade do lugar, ele urina em um canto do palácio, evidenciando seu desrespeito pelas convenções e sua tendência a romper com o esperado. Essa cena, embora cômica e propositalmente provocativa, pode dividir opiniões: para alguns, reforça o carisma anárquico do personagem; para outros, pode parecer um exagero que enfraquece a seriedade do momento. Ainda assim, essa abordagem irreverente é parte fundamental da identidade do filme, que opta por equilibrar elementos de comédia e fantasia com uma jornada de crescimento pessoal. Ne Zha continua sendo um anti-herói instável, mas é justamente nesse conflito interno que reside o interesse por sua trajetória.

Diferentemente do filme anterior, que tinha cerca de uma hora e cinquenta minutos, esta sequência é mais longa, com duração de duas horas e vinte e quatro minutos. Embora a extensão maior permita um desenvolvimento mais detalhado da história, em certos momentos o ritmo acaba se tornando arrastado, tornando a experiência um pouco cansativa. Acredito que uma edição mais enxuta teria ajudado a manter o interesse do público ao longo de toda a projeção.

Ne Zha 2: O Renascer Da Alma mantém a essência ousada do primeiro filme, ampliando seu universo com profundidade e respeito à narrativa original. Apesar da duração maior, que por vezes torna o ritmo mais lento, o filme entrega uma história envolvente, equilibrando ação, emoção e fantasia, sendo uma continuação satisfatória para fãs e novos espectadores.

Autor:


Meu nome é João Pedro, sou estudante de Cinema e Audiovisual, ator e crítico cinematográfico. Apaixonado pela sétima arte e pela cultura nerd, dedico meu tempo a explorar e analisar as nuances do cinema e do entretenimento.

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Ne Zha - Quando o Espírito Demoníaco Resolve Virar Herói (Tipo Naruto, Mas Chinês)

Ne Zha | Trinity CineAsia

A animação lembra o anime Naruto; ambos compartilham uma jornada marcada por rejeição, poder perigoso e busca por aceitação. Ne Zha e Naruto nasceram com um destino temido pelos outros — Ne Zha por carregar um espírito demoníaco e Naruto por abrigar a Raposa de Nove Caudas. Desde cedo, enfrentam preconceito e solidão, desenvolvendo uma personalidade rebelde e determinada. Apesar de serem vistos como ameaças, recusam-se a ser definidos por isso. Com grande poder interior, enfrentam desafios não apenas para provar seu valor, mas para mostrar que podem escolher seu próprio caminho. No fundo, suas histórias falam sobre identidade, superação e a força das escolhas pessoais.

As cenas de ação da animação Ne Zha são visualmente impressionantes e carregadas de energia, prendendo a atenção do espectador do início ao fim. Com uma animação fluida e detalhada, o filme combina artes marciais com magia, criando um espetáculo visual que eleva cada combate a um nível quase mítico. Os movimentos dos personagens são dinâmicos, ágeis e precisos, resultando em coreografias que misturam técnica, criatividade e emoção. Os confrontos são construídos com ritmo e tensão, explorando bem o potencial de cada personagem. A magia é usada de forma inventiva, com ataques que vão além do tradicional, incorporando elementos como fogo, vento, raios e energia espiritual. Esses recursos não só enriquecem as batalhas visualmente, mas também reforçam a natureza caótica e poderosa de Ne Zha, refletindo seu conflito interno e o desequilíbrio entre destino e escolha.

A relação entre Ne Zha e Ao Bing é marcada por contraste, mas também por uma conexão inesperada. Eles vêm de origens muito diferentes e carregam grandes responsabilidades, além de poderes únicos. Ne Zha, nascido com um espírito demoníaco, é visto como uma ameaça; Ao Bing, filho do Rei Dragão, foi criado para restaurar a glória dos clãs dragões, o que o coloca em oposição direta a Ne Zha. Apesar disso, compartilham sentimentos de solidão e o desejo de serem aceitos pelo que realmente são, não pelo que o mundo espera deles. Ao longo da história, os dois desenvolvem uma relação que transita entre rivalidade e empatia. Suas interações são profundas e refletem temas como destino, identidade e liberdade de escolha. Essa dinâmica entre os dois personagens adiciona emoção e complexidade à narrativa, tornando suas jornadas ainda mais impactantes.

Ne Zha é uma animação poderosa que combina espetáculo visual com uma narrativa profunda e emocional, capaz de tocar públicos de todas as idades. A produção se destaca não apenas pela qualidade técnica — com cenários vibrantes, movimentos fluidos e efeitos visuais impressionantes —, mas também pela forma como constrói uma história rica em simbolismos e emoção. Com personagens cativantes e bem desenvolvidos, o filme apresenta conflitos que vão além do físico, mergulhando nas dores e dilemas internos de seus protagonistas. As cenas de ação refletem as emoções e transformações dos personagens, abordando temas como rejeição, identidade e superação de forma sensível e profunda. A história vai além do mito, mostrando a jornada de Ne Zha para desafiar seu destino e as expectativas, transmitindo uma mensagem inspiradora sobre amadurecimento, liberdade de escolha e coragem para assumir o próprio caminho.

Autor:


Meu nome é João Pedro, sou estudante de Cinema e Audiovisual, ator e crítico cinematográfico. Apaixonado pela sétima arte e pela cultura nerd, dedico meu tempo a explorar e analisar as nuances do cinema e do entretenimento.

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Como Treinar o Seu Dragão (2025) - DreamWorks entra na onda do live-action com um ‘copia e cola’ caprichado

Como Treinar o Seu Dragão | DreamWorks


Na acidentada ilha de Berk, um garoto viking chamado Soluço desafia séculos de tradição ao se tornar amigo de um dragão chamado Banguela. No entanto, quando surge uma ameaça ancestral que coloca ambas as espécies em perigo, a amizade de Soluço com Banguela se torna a chave para forjar um novo futuro. Juntos, eles devem navegar pelo delicado caminho rumo à paz, alçando voo além das fronteiras de seus mundos e redefinindo o que significa ser um herói e um líder.

Este é o primeiro live-action da DreamWorks Animation, e sinceramente, não consigo imaginar o estúdio fazendo versões em carne e osso de outras de suas animações. Seria estranho ver uma adaptação de Madagascar, por exemplo. Por outro lado, uma versão live-action de O Caminho para El Dorado seria simplesmente perfeita. Engraçado que, nesse mesmo período, lançaram mais um live-action de uma obra criada pelo Chris Sanders — a outra sendo Lilo & Stitch. Se eu ganhasse um real toda vez que isso acontece, não é muito, mas é cômico que, no mesmo período, tivemos dois! Faz sentido ter uma versão live-action de Como Treinar o Seu Dragão pelo estilo visual relativamente realista e pelo fato de ser protagonizado por humanos. Embora os dragões sejam parte essencial da história, eles podem ser perfeitamente recriados graças ao avançado CGI. Além disso, vendo o sucesso que sua concorrente está fazendo ao transformar suas animações em versões live-action, a DreamWorks não perdeu tempo e apostou em uma adaptação de um dos seus ovos de ouro.


O filme é praticamente uma cópia fiel da animação original, mantendo a mesma história central com poucas alterações nos detalhes. Essas mudanças, embora sutis, tentam dar uma nova cara à narrativa, mas não chegam a transformar a essência da trama. Por exemplo, numa cena importante em que Astrid descobre o segredo de Soluço — que ele está escondendo um dragão — há uma pequena diferença entre as versões. Na animação, Banguela prende Astrid a uma árvore, criando um momento de tensão e humor característicos. Já no live-action, essa mesma cena acontece num penhasco, o que muda um pouco a dinâmica, dando um tom mais dramático e perigoso à situação. São essas pequenas alterações que tentam diferenciar o filme, mas que no geral não escapam do tradicional “copia e cola” da obra original. Mas isso não quer dizer que o filme seja ruim — muito pelo contrário. Mesmo sendo uma reedição do que já vimos na animação de 2010, isso não impediu que eu gostasse da adaptação. Diferente do Rei Leão (2019), que me pareceu um filme sem alma, uma mera cópia e cola, onde os animais, apesar do visual impressionante, não tinham expressões faciais que transmitissem emoções de verdade.


A história comove ao retratar de forma sensível o vínculo que se desenvolve entre Soluço e Banguela. No começo, Soluço é guiado pelo medo e pelos preconceitos enraizados em sua sociedade, mas aos poucos percebe que o dragão não representa perigo — pelo contrário, é uma criatura com sentimentos, tão sensível e solidária quanto qualquer ser humano. Essa mudança representa o crescimento do personagem principal e traz uma crítica sutil à intolerância e à violência sem razão. Ao mostrar o "inimigo" de forma mais humana, o filme provoca uma reflexão sobre o verdadeiro significado de coragem, força e convivência, revelando uma profundidade que vai além da superfície da narrativa.

 

O CGI dos dragões é realmente impressionante. Cada movimento, desde o bater das asas até os pequenos gestos, é cuidadosamente trabalhado para transmitir uma sensação incrível de realismo e personalidade. As texturas das escamas, o brilho nos olhos e as expressões faciais são tão detalhadas que os dragões parecem criaturas verdadeiras, com emoções palpáveis. Banguela, em especial, ganha vida de forma tão convincente que é fácil esquecer que ele é totalmente digital — ele demonstra uma gama completa de sentimentos, desde a travessura até momentos de ternura, trazendo para a tela toda a emoção e carisma que a animação já havia conquistado. Essa qualidade técnica não só impressiona visualmente, mas também fortalece a conexão do público com a história, tornando a experiência muito mais envolvente e memorável.


A essência dos personagens humanos da animação também está muito bem preservada no live-action. Os protagonistas mantêm suas características e personalidades marcantes, o que é fundamental para preservar a conexão emocional que o público já estabeleceu com a história. Mesmo com a transição para atores reais, as nuances de cada personagem são cuidadosamente mantidas — desde as inseguranças e dúvidas de Soluço até a coragem e determinação de Astrid. A química entre o elenco é evidente, trazendo autenticidade às relações que já conhecemos e amamos. Além disso, as motivações e conflitos internos permanecem fiéis ao original, garantindo que a alma da narrativa não se perca na adaptação. Essa fidelidade ajuda a criar uma ponte entre fãs antigos e novos espectadores, fazendo com que a experiência seja genuinamente envolvente para todos.


Como Treinar o Seu Dragão em live-action é uma adaptação que honra a essência da animação original, trazendo à tela uma história familiar com visuais deslumbrantes e personagens bem interpretados. Embora não se arrisque muito, optando por seguir fielmente o roteiro conhecido, o filme se destaca pelo impressionante trabalho do CGI, especialmente na criação dos dragões, e pela química autêntica entre os atores humanos. Para quem é fã da franquia, é uma experiência que reforça o carinho pelos personagens e seu universo; para novos espectadores, uma porta de entrada visualmente rica e emocionante. Talvez não seja uma revolução no gênero, mas é, sem dúvida, uma homenagem digna e encantadora a um dos grandes sucessos da DreamWorks.


Autor:


Meu nome é João Pedro, sou estudante de Cinema e Audiovisual, ator e crítico cinematográfico. Apaixonado pela sétima arte e pela cultura nerd, dedico meu tempo a explorar e analisar as nuances do cinema e do entretenimento.

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