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Bailarina - Do Universo de John Wick | Paris Filmes |
Ocorrendo durante os eventos de John Wick: Capítulo 3 – Parabellum, Eve Macarro começa seu treinamento nas tradições assassinas dos Ruska Roma.
Esse é o derivado de uma das maiores franquias de ação dos últimos tempos, conhecida por suas sequências intensas, coreografias de combate impecáveis e um universo rico em mitologia de assassinos. A série expandiu seu universo ao explorar novos personagens e culturas dentro desse submundo, oferecendo aos fãs uma experiência ainda mais profunda e emocionante, com histórias que se entrelaçam com o enredo principal e ampliam a mitologia já estabelecida. Isso não apenas reforça a mitologia complexa e fascinante que tornou John Wick um fenômeno, mas também eleva o padrão para futuros spin-offs, mostrando que é possível expandir um universo tão icônico sem perder a qualidade ou o impacto emocional.
Ana de Armas encara o papel mais exigente em termos físicos até agora em sua trajetória profissional. Mais do que apenas força e resistência, o papel demanda um alto nível de preparo corporal aliado a uma presença imponente e convincente em cena. O filme funciona como um verdadeiro palco para destacar a habilidade da atriz em realizar sequências de ação complexas, demonstrando agilidade, técnica e uma resistência impressionante. A atuação física de Ana vai muito além do esforço físico — ela incorpora a essência de uma combatente determinada, entregando uma performance que cativa e convence o público com sua autenticidade e intensidade.
A trama, por sua vez, não pretende ser original: é uma vingança motivada pela perda do pai, algo simples e direto. Esse tipo de narrativa já foi explorado não apenas na franquia John Wick, mas em diversas outras obras. No entanto, clichê não significa necessariamente algo negativo, desde que a história seja bem conduzida. E é justamente nesse ponto que o filme se sobressai, entregando sequências de ação impactantes e uma protagonista que mantém a narrativa firme e envolvente.
No aspecto visual, o longa realmente impressiona e se destaca. A estética neon, que é uma marca registrada da franquia, permeia cada cena, criando um ambiente vibrante e envolvente. Essa escolha visual não apenas reforça a imersão do espectador no universo da narrativa, como também estabelece uma identidade estética única e facilmente reconhecível. O uso consistente dessa paleta de cores contribui para intensificar o clima e a atmosfera do filme, tornando cada enquadramento visualmente impactante e memorável.
Eve Macarro não é uma personagem inabalável ou perfeita; ela enfrenta dificuldades reais, se machuca e tropeça ao longo da jornada. Essa humanização traz uma profundidade rara aos protagonistas desse tipo de filme, tornando-a muito mais autêntica e fácil de se identificar. Ao mostrar suas fragilidades e vulnerabilidades, o personagem ganha uma dimensão mais complexa, fugindo do estereótipo do herói invencível e proporcionando ao público uma conexão emocional mais genuína.
Bailarina consegue expandir com sucesso o universo já consolidado da franquia John Wick, trazendo uma narrativa que, apesar de familiar, ganha vida através de uma execução cuidadosa e personagens bem construídos. A combinação de uma protagonista complexa e humana, interpretada por Ana de Armas em sua melhor forma física e dramática, com um visual marcante e cenas de ação intensas, resulta em uma obra que honra suas raízes ao mesmo tempo em que se estabelece como um título sólido e envolvente por si só. O filme prova que, mesmo dentro de um gênero conhecido e com fórmulas já vistas, é possível entregar uma experiência emocionante e autêntica, capaz de cativar tanto fãs antigos quanto novos espectadores.