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sábado, 8 de março de 2025

Better Man: A História de Robbie Williams - O Animal por trás do Homem

Better Man | Paramount Pictures


Primatas são figuras comuns no universo do cinema. Sejam encarnados no famoso e alegórico King Kong, ou em posições dominantes, como em “Planeta dos Macacos”, tais presenças, mais habituais em ficções científicas, não são estranhas aos olhos humanos. Entretanto, uma celebridade musical escolher ser referenciada no papel de um macaco é, no mínimo, curiosa. “Better Man - A História de Robbie Williams”, de Michael Gracey, opta por tal irreverência com o aval total do cantor que dá nome à obra.

Sem qualquer estranheza por parte dos demais, Robbie Williams, interpretado aqui por Jonno Davies, já na pele do animal por intermédio de um ótimo CGI, é um jovem talento descoberto pelo grupo britânico Take That, que o fez obter ascensão meteórica em sua carreira. Porém, após os vislumbres de extravagância que a fama traz, o protagonista se perde e se encontra em uma velocidade disfuncional. De maneira não cronológica, passagens de sua vida são contadas com uma realidade que só é parada pela barreira criada pela fantasia que o próprio filme propõe. Estes momentos, que englobam uma série de aderência a vícios e um sofrimento atroz por parte de Robbie, são tratados de maneira visceral e explicativa, assim como artisticamente belos.


O arco de construção da persona do cantor, que passa de um menino inseguro para uma estrela da música no qual o brilho do reconhecimento o cegou, é apressada, mas compreensível. A ênfase não está apenas no dom de Robbie, mas sim nas consequências, desde familiares até em outros âmbitos sociais, que o fizeram decair significativamente após seu contato com a fama. Sua família, aliás, traz um núcleo de pai e filho que auxilia no crescimento e na formação do corpo da trama, agregando a dramaticidade e um fundamento necessário para que tomemos partido da situação.


Ainda que no palco Robbie fosse um fenômeno, sua vida pessoal, como apresenta a biografia, era conturbada e permeada por dependências, compulsões, autossabotagem e pensamentos intrusivos. Contudo, com a presença dos números musicais, era impossível esquecer que ali também se tratava de um musical com apego à sensibilidade e à sonoridade fantástica do artista, além de sempre nos relembrar que estávamos diante de uma história com seu “quê” fantástico. As canções nem sempre funcionam, visto que, em certo ponto, parecem amontoadas, causando uma possível dispersão do espectador.


Michael Gracey, que já esteve à frente de “Rocketman” e “O Rei do Show”, sabe bem como captar a atenção certa no momento certo para a situação certa. As circunstâncias musicalizadas são caprichosas, embora as ocasiões do dia a dia se resolvessem de maneira um tanto fácil, provando que todo problema tem uma resposta direta e positiva. Como trata-se de um clássico caso de um artista diferenciado e influente em busca de redenção, o filme não se distancia tanto dos demais na mesma linha de pensamento. Todavia, quando o realiza, é com cuidado; não em relação a imagem de Robbie, mas essencialmente na forma de filmagem e zelo com a história.


“Better Man - A História de Robbie Williams” adentra o imaginário de Robbie Williams, que compartilha com o espectador a chance de o conhecer melhor, mesmo na imagem de um macaco. Em um bom passeio pelos altos e baixos de sua vida, percebemos a tentativa de humanizar, mesmo que por meios “animalescos”, uma personalidade inesquecível porém ainda discreta quanto a sua própria história. Embalado por canções do próprio artista, o âmbito musical seria concretizado com maestria se não unisse tantos números em um curto espaço de tempo. Mesmo assim, é possível se entreter com imagens inventivas e uma trajetória cinematográfica interessante. De fato, nada é impossível para o audiovisual.


Autora:


Laisa Lima 

25 anos, formada em cinema, roteirista, crítica, videomaker e moradora do Rio de Janeiro, minha paixão pelo cinema transcende as telas. 
De “Guarda-Chuvas do Amor” até “Laranja Mecânica”, meu amor pela arte não se prende a nenhum gênero, mas sim ao que me toca. 
Também sou apaixonada pelos pormenores da vida, que se apresentam sem nenhum roteiro. 
Logo, imaginação não falta em mim. 
Sou de tudo um pouco, e procuro sempre expor minha versão mais democrática, que enfrenta a realidade com a maior criatividade possível.

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