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terça-feira, 7 de outubro de 2025

O retorno dos serial killers mascarados: Os Estranhos - Capítulo 2

Os Estranhos - Capítulo 2 | Paris Filmes


'' Os Estranhos - Capítulo 2 '' é a nova sequência da franquia de terror que teve o seu início em 2008 com o diretor Bryan Bertino, trazendo de volta a atmosfera sufocante e a ideia central que sempre definiu esses filmes: o medo do inesperado e a violência gratuita. Dessa vez sendo dirigido por Renny Harlin, já conhecido por outros trabalhos de suspense e ação, incluindo o capítulo 1 de '' Os Estranhos '' em 2024, o longa mantém a proposta de causar inquietação no público, ao mesmo tempo em que busca expandir a história dos assassinos mascarados. 

Logo no início, o filme estabelece um tom informativo, trazendo referências e dados reais sobre casos de assassinatos em série ocorridos nos Estados Unidos. Essa escolha nos oferece um caráter quase documental, que contribui para inserir o espectador em um clima de desconforto antes mesmo da ação propriamente ter o seu início. Tal recurso funciona bem, pois amarra a trama a uma sensação de realidade, mesmo que a narrativa seja ficcional. Assim, cria-se uma ponte entre a ficção do terror e os temores que já habitam o imaginário coletivo. 

A tensão é estabelecida de forma imediata. Nos primeiros minutos, o público já é colocado em uma atmosfera de suspense crescente, sendo desempenhados por um papel crucial feito pela ambientação. Harlin acerta ao construir o primeiro ato, pois consegue manter a atenção do espectador presa e antecipar os eventos que se desenrolam em seguida. É nesse momento que o filme atinge seu ponto mais eficiente: os jogos psicológicos e o clima de perseguição que sempre foram a marca registrada da franquia.

Um dos destaques da obra está justamente nas cenas de perseguição. O diretor utiliza a câmera de forma estratégica, explorando ambientes fechados no hospital, florestas escuras e corredores estreitos para criar a sensação de claustrofobia. O espectador sente a impotência da vítima, Maya, que corre sem ter para onde fugir, e isso gera um desconforto eficaz. Embora a narrativa não traga muitas novidades dentro do gênero, a sequência ainda consegue prender pela execução técnica e pela intensidade do momento.

Porém, nem todos os elementos funcionam com a mesma eficiência. Uma cena envolvendo um javali na floresta, por exemplo, destoa do restante da obra. Mal executada, a sequência parece deslocada e quebra parte da tensão acumulada até então. A tentativa era provavelmente criar um susto adicional ou um elemento surpresa, mas o resultado fica mais próximo do estranho do que do assustador. Esse é um dos pontos em que o filme tropeça e deixa a desejar.

Ainda assim, '' Os Estranhos - Capítulo 2 '' procura dar mais profundidade à sua trama em comparação ao primeiro capítulo. A narrativa se esforça para oferecer algumas respostas sobre a motivação dos serial killers e, ainda que não seja um mergulho profundo, há mais diálogos que ajudam a compreender melhor quem são essas figuras mascaradas, por que agem de forma tão cruel e quando tudo aquilo teve o seu início. Isso adiciona uma camada de interesse extra, já que até então o grande diferencial da franquia era justamente a ausência de explicações.

O filme também planta as sementes para o que vem a seguir. A presença de um trailer no final da sessão é um indicativo claro de que essa não é uma história isolada, mas sim parte de uma trilogia planejada. Essa estratégia pode dividir opiniões: para alguns, é empolgante ver que a narrativa terá uma continuidade, para outros, pode soar como uma manobra comercial que enfraquece o impacto do filme atual, já que parte da resolução é deixada para mais a frente.

De um modo geral, '' Os Estranhos - Capítulo 2 '' cumpre por partes o seu papel de assustar, embora não atinja todo o potencial que poderia ter. É um filme com boas cenas de perseguição e momentos de suspense bem construídos, mas que também sofre com escolhas de narrativas com alguns problemas de execução e algumas quebras de ritmo. Ainda assim, para quem acompanha a franquia ou gosta de slashers que brincam com o medo da invasão e do imprevisível, o longa entrega uma experiência razoável e que prepara terreno para o desfecho.

Com 98 minutos de duração, a obra não se arrasta, mas também não consegue se aprofundar tanto quanto promete. Renny Harlin, no comando, mostra segurança na criação de tensão, mas tropeça quando tenta inovar. A nota justa é 3 de 5: um filme que entretém e inquieta, mas que não alcança o impacto memorável de outros títulos do gênero.

Autor:

Bárbara Borges é do Rio de Janeiro e estudante de Jornalismo. Apaixonada por cinema desde criança, sempre foi movida por histórias intensas, especialmente as de terror, seu gênero favorito. Em 2024, dirigiu o documentário Além do Recinto, que levanta questionamentos sobre o bem-estar de animais silvestres em zoológicos e o impacto do confinamento longe de seus habitats naturais. Gosta de pensar no cinema como uma forma de provocar, sentir e transformar. Vive atualizando seu Letterboxd com comentários sinceros e, às vezes, emocionados. Entre seus filmes favoritos estão Laranja Mecânica, Psicopata Americano, Pânico, Pearl e Premonição 3.


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