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sábado, 11 de outubro de 2025

Tron: Ares - Um Retorno Sem Impacto

Tron : Ares | Disney


Tron: Ares acompanha o programa Ares, uma espécie de computador altamente qualificado e melhor desenvolvido do que os demais presentes na Terra. Em uma importante missão, Ares é retirado do mundo digital para conseguir resolver os problemas do mundo real, no entanto, os perigos apresentados pelo novo trabalho serão capazes de fazê-lo desacreditar de seus próprios códigos.

Este é o terceiro filme de uma franquia que, apesar de ter sido inovadora quando o primeiro longa foi lançado — graças ao uso pioneiro de efeitos especiais com gráficos gerados por computador (CGI) para criar ambientes e personagens digitais — acabou sendo esquecida com o tempo e não se tornou verdadeiramente memorável. Embora os efeitos tenham sido uma novidade na época, já pareciam datados.

Tron: O Legado (2010) apresentou visuais muito mais impressionantes: as Light Cycles e outras cenas de ação foram aprimoradas com gráficos dinâmicos e realistas. Esse, aliás, eu assisti no cinema e criei certo carinho por ele. Quando criança, cheguei a desejar uma continuação, mas os anos passaram, e acabei deixando a franquia de lado... até que Tron: Ares foi anunciado. Não me empolguei muito para assistir, mas resolvi conferir — e, de certa forma, bateu aquela nostalgia da infância.

Claro que isso não significa que eu tenha gostado tanto do novo filme quanto do anterior. Nesta nova produção, a inteligência artificial não é exatamente explorada como um tema central voltado à reflexão mais profunda ou filosófica. Em vez disso, ela funciona mais como um pano de fundo conveniente — um recurso narrativo que serve apenas para conduzir uma jornada visualmente estilizada, mas que, no fim das contas, gira em torno do vazio existencial do protagonista.

Ares, protagonista do longa, é apresentado como uma entidade artificial que, aos poucos, começa a demonstrar traços de compaixão e humanidade. No entanto, sua construção emocional permanece supercial, e o filme não consegue estabelecer uma conexão verdadeira entre ele e o público. Apesar da proposta de uma jornada de autodescoberta, Ares carece de carisma e profundidade suficientes para despertar empatia genuína no espectador.

Por outro lado, Eve Kim, a personagem humana da história, demonstra muito mais presença e carisma. Ela é retratada como uma jovem nerd que trabalha na Encom e se dedica a decifrar o código deixado por Flynn. É nesse contexto que acaba cruzando o caminho de Ares. Eve traz humanidade e dinamismo à narrativa, funcionando como um contraponto necessário à frieza programada do protagonista. Sua participação confere leveza e maior apelo emocional à trama.

O filme até tenta desenvolver um romance entre os dois personagens. Embora a proposta possa parecer clichê, não haveria problema se tivesse sido bem executada. No entanto, a forma como essa relação foi construída ficou bastante superficial — a interação se resumiu a longos olhares e tentativas de paquera que, soaram até constrangedoras.

Um ponto que achei interessante foi a participação de Julian Dillinger, presidente da Dillinger System, empresa concorrente da Encom — uma multinacional estadunidense de tecnologia responsável pelo desenvolvimento de diversos programas e inovações fundamentais, incluindo o hardware e software que digitalizam dentro do universo do filme. Na cena em que Dillinger ordena o lançamento de Ares em um ataque cibernético ao mainframe da Encom, o personagem invade esse ambiente virtual como se estivesse invadindo um território inimigo, enfrentando guardiões digitais da empresa. Essa representação da batalha no mundo virtual me pareceu criativa e eficaz, adicionando tensão e dinamismo à narrativa.

A trilha sonora do filme é impressionante, incorporando elementos típicos do estilo cyberpunk, como sons eletrônicos, sintetizadores envolventes e batidas pulsantes. Essa combinação contribui para criar uma atmosfera futurista e imersiva, que reforça o clima tecnológico, ajudando a transportar o espectador para dentro do universo digital retratado na tela.

Tron: Ares é como um prato servido com uma apresentação impecável, cores vibrantes e aroma instigante — mas que, ao ser provado, revela um sabor raso e sem tempero. Visualmente, ele impressiona e até desperta aquela nostalgia de um prato que você adorava na infância, mas que hoje, ao experimentar novamente, percebe que faltam ingredientes essenciais. O protagonista é mal temperado e a inteligência artificial — que poderia ser o ingrediente principal — acaba sendo usado apenas como enfeite no prato. No fim, o filme até pode matar a fome de curiosidade dos fãs, mas dificilmente deixará um gosto marcante ou vontade de repetir.

Autor:


Meu nome é João Pedro, sou estudante de Cinema e Audiovisual, ator e crítico cinematográfico. Apaixonado pela sétima arte e pela cultura nerd, dedico meu tempo a explorar e analisar as nuances do cinema e do entretenimento.

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