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quinta-feira, 3 de abril de 2025

Código Preto - Novos Filmes sobre Espionagem são sempre Bem-vindos

Código Preto | Universal Studios


Novos filmes sobre espionagem são sempre bem-vindos. O estilo, que se reinventa a cada obra, não se resume apenas a “007”, “Missão Impossível”, Hitchcock, e afins. Vemos uma gama intensa, atualmente, de longas-metragens que trazem novidades para a categoria que, se não cuidada primorosamente, pode soar piegas. “Código Preto”, de Steven Soderbergh, lançado há pouco tempo, é um dos exemplos de thrillers que mais acrescentam do que reduzem.

George (Michael Fassbender) é um espião casado com Kathryn (Cate Blanchett). Em um matrimônio tranquilo e cheio de carinho, ambos mantém seus próprios segredos, visto que a mulher atua na mesma profissão. Entretanto, quando George se vê diante da tarefa de descobrir um traidor e delator inserido em seu meio de trabalho, Kathryn é uma das principais suspeitas. Não apenas ela; alguém próximo foi responsável por vazar informações importantes destinadas apenas à inteligência. Resta, então, adentrar em um jogo de gato e rato sofisticado, eloquente e até divertido aos olhos dos demais.

Em “Código Preto”, é necessário paciência. Enquanto as camadas dos personagens se desdobram, o espectador é conduzido através de cenas longas, focadas somente nos diálogos afiados e duvidosos, amarradas por uma tensão constante. Junto de Kathryn e George, outros possíveis criminosos são apresentados, como a psicóloga Zoe (Naomie Harris), o companheiro de profissão do casal, James (Regé-Jean Page), e a jovem Clarissa (Marisa Abela). A princípio, ninguém é confiável, e a cautela apresentada nas cenas, a exemplo de uma ambientada no jantar frequentado pelos suspeitos, reverbera o clima de questionamento, procurando instigar cada vez mais o público.


Andando ao lado da atividade de detetive impregnada em George, existe seu casamento com Kathryn. Fassbender e Blanchett, aqui, exibem uma dupla apaixonada tanto por seu parceiro quanto por seus mistérios, não abrindo mão de ares questionáveis inclusive de seu caráter. Os atores, então, hiperdimensionam a personalidade de suas figuras, trazendo ao filme uma profundidade que preza pelo benefício da dúvida a todo momento. Não obstante, os demais personagens nunca demonstram uma única face, o que é sustentado pelo ótimo elenco, aparentemente escolhido a dedo. 

Steven Soderbergh, como já havia provado em seus longas anteriores, detém a capacidade de conduzir de forma classuda, direta e provocativa, histórias que, em tese, parecem simples e clichês. Não é revolucionária a ideia de abordar falhas na inteligência britânica, porém, o corpo que o diretor dá à obra, condensando enigmas que confundem a mente a todo passo dado pelos protagonistas, transforma a experiência de assistir ao filme, inquietante ao passo que é silenciosa. O tom mais quente e estático da fotografia, além disso, combina com a diretiva mensagem de que não se pode confiar em ninguém.


“Código Preto” é capaz de ser tido como uma boa surpresa para o universo dos thrillers de espionagem, dada a boa gerência da produção, que conta ainda com um elenco afiado e comprometido em embolar os pensamentos de quem o vê sem fazer um esforço grandioso. O que o faz monumental, entretanto, é a qualidade da maneira que a trama simples é contada, sendo Cate Blanchett e Michael Fassbender as cerejas do bolo de uma narrativa sedutora e de prender a atenção. Nisso tudo, quem se deleita com um presente, é o espectador. 


Autora:


Laisa Lima 

25 anos, formada em cinema, roteirista, crítica, videomaker e moradora do Rio de Janeiro, minha paixão pelo cinema transcende as telas. 
De “Guarda-Chuvas do Amor” até “Laranja Mecânica”, meu amor pela arte não se prende a nenhum gênero, mas sim ao que me toca. 
Também sou apaixonada pelos pormenores da vida, que se apresentam sem nenhum roteiro. 
Logo, imaginação não falta em mim. 
Sou de tudo um pouco, e procuro sempre expor minha versão mais democrática, que enfrenta a realidade com a maior criatividade possível.



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