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segunda-feira, 28 de julho de 2025

Quarteto Fantástico: Primeiros Passos — Quatro Heróis, Um Galactus Faminto e Zero Ligações com o MCU (E Tá Tudo Bem!)

Quarteto Fantástico: Primeiros Passos | Disney


Forçados a equilibrar seus papéis como heróis com a força dos laços familiares que os unem, eles devem defender a Terra de um voraz deus espacial chamado Galactus e seu enigmático arauto, a Surfista Prateada. E, se o plano de Galactus de devorar o planeta inteiro já não fosse ruim o suficiente, tudo fica ainda mais pessoal.

O Quarteto mais famoso dos quadrinhos teve uma trajetória conturbada nos cinemas. Nos anos 2000, a já extinta 20th Century Fox lançou dois filmes com um tom leve e voltado para o público jovem — verdadeiros clássicos da "sessão da tarde". Apesar das críticas, essas produções acabaram conquistando um espaço no coração de muitos fãs, especialmente por fazerem parte da infância de uma geração. 

Em 2015, o grupo retornou às telonas com um novo elenco e uma abordagem mais sombria. No entanto, o resultado foi um fracasso: o filme sofreu com um ritmo arrastado e pouca ação envolvendo o quarteto, frustrando as expectativas. Agora, dez anos depois, o Quarteto Fantástico está de volta aos cinemas com um visual mais fiel aos quadrinhos e uma estética retrô-futurista que remete à clássica animação. A promessa é de uma nova fase mais autêntica e empolgante para os fãs do grupo.

Embora o público já esteja familiarizado com a história de origem do grupo graças às adaptações anteriores, o novo filme opta por recontá-la — mas de forma mais dinâmica e criativa, evocando o estilo das aberturas das animações de 1967 e 1994. Achei essa escolha bastante interessante. É verdade que o filme poderia simplesmente ter começado com os personagens já estabelecidos, sem revisitar a origem, mas a forma como ela é apresentada — como se fosse a abertura de um programa de TV — dá um toque nostálgico e original que funciona muito bem.

A essência de cada membro do Quarteto Fantástico está bem representada nesta nova adaptação. Reed Richards, o homem mais inteligente do mundo, ganha profundidade ao ser retratado em um novo momento de sua vida: a paternidade. É interessante ver como ele não apenas lida com questões científicas, mas também com o desafio emocional de ser pai, demonstrando uma postura mais madura e assumidamente de liderança, algo que faltou em versões anteriores. Sue Storm, agora casada com Reed e grávida, finalmente recebe o destaque que merece. 

Ao contrário das adaptações dos anos 2000, onde a personagem de Jessica Alba foi excessivamente sexualizada e muitas vezes reduzida ao papel de "namorada do herói", aqui Sue é tratada com mais respeito e importância. Ela se mostra inteligente, determinada e emocionalmente centrada, funcionando como o coração do grupo. Johnny Storm continua sendo o mais irreverente e impulsivo do time, mantendo o humor característico do personagem. 

No entanto, a abordagem desta vez é mais equilibrada — seu deboche não ultrapassa o limite da chatice, como acontecia com a versão de Chris Evans nos filmes anteriores. Isso torna o personagem mais carismático e menos caricato, o que ajuda o público a se conectar melhor com ele. Ben Grimm, o Coisa, permanece como o membro mais trágico do quarteto. Sua transformação ainda carrega o peso emocional da perda da aparência humana, mas aqui a abordagem é um pouco mais suave. Embora continue a sofrer com o preconceito e a solidão, há um toque de ternura ao mostrar que, apesar de sua aparência intimidadora, ele é adorado pelas crianças. Isso acrescenta uma camada de humanidade e esperança ao personagem, que muitas vezes foi retratado apenas como o "bruto com coração mole".

Inicialmente, fiquei reticente com a decisão de ambientar o filme em um universo separado do MCU. No entanto, essa escolha acabou fazendo sentido. O filme funciona bem de forma independente, o que é ótimo para quem nunca assistiu a nenhuma outra produção do Universo Cinematográfico da Marvel. Além disso, ao se passar em um universo alternativo, a história evita conflitos e furos de roteiro na complexa linha do tempo do MCU.

O segundo ato do filme tropeça em um problema comum em produções de super-heróis: a sensação de estagnação narrativa. Após um início empolgante e visualmente criativo, o ritmo desacelera consideravelmente, dando lugar a uma sequência de cenas que parecem girar em torno dos mesmos dilemas e discussões, especialmente envolvendo tecnobaboseiras e debates científicos pouco acessíveis. Os diálogos, embora tentem transmitir a genialidade de Reed e o embasamento da missão do grupo, acabam sendo excessivamente expositivos e pouco dinâmicos, o que compromete a fluidez da trama.

A impressão é de que os personagens estão presos em um ciclo de conversas teóricas, repetindo variações dos mesmos argumentos, sem que isso leve a grandes descobertas ou mudanças concretas na história. Essa repetição compromete um pouco o engajamento do espectador, que espera mais ação, conflito e desenvolvimento emocional. Ainda assim, mesmo com essa barrigada narrativa, o filme consegue se recuperar a tempo para entregar um terceiro ato mais empolgante e visualmente impressionante.

Quarteto Fantástico: Primeiros Passos representa um recomeço promissor para a equipe nos cinemas. Com uma estética inspirada nos quadrinhos clássicos, caracterizações mais cuidadosas e uma abordagem emocionalmente mais madura, o filme acerta em resgatar a essência dos personagens sem abrir mão da inovação. Apesar dos tropeços no ritmo durante o segundo ato, a produção consegue entregar uma experiência nostálgica, envolvente e visualmente marcante. É um sopro de renovação que não só honra o legado do grupo, mas também aponta um caminho empolgante para seu futuro nas telonas — dentro ou fora do MCU.

Autor:


Meu nome é João Pedro, sou estudante de Cinema e Audiovisual, ator e crítico cinematográfico. Apaixonado pela sétima arte e pela cultura nerd, dedico meu tempo a explorar e analisar as nuances do cinema e do entretenimento.

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