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Mar em Chamas | Magnolia Pictures |
Até onde vai a ambição do ser humano?
Em uma estação de inteligência numa plataforma de petróleo norueguesa, é
verificado um acidente em uma das usinas de perfuração petrolífera e de gás
Ekofisk. Após isso, a comandante de submarino e controladora de robôs subaquáticos, Sofia, é acionada para investigar a unidade e identificar as
possíveis causas do desastre. Quando Sofia começa a buscar, por meio de sua
máquina, as causas para o ocorrido, acaba descobrindo muito mais do que
imaginava.
Do mesmo diretor de “Terremoto”, John
Andreas Andersen nos traz desta vez para um universo em alto mar. Em uma
empresa bilionária que explora combustíveis fósseis próximo à costa da Noruega. É notório o vislumbre que temos sobre o incontrolável poder de pessoas que
buscam, cada vez mais, concentrar riquezas em detrimento da expropriação da
natureza. O filme traz essa problemática sobre a extração de petróleo e as
consequências devastadoras que esse modelo produtivo pode acarretar. Essas
discussões já são realidades visíveis em vários países, inclusive no Brasil.
O longa consegue criar um suspense
envolvente logo no início, atraindo a atenção do espectador com sua trama
misteriosa. Quando Sofia é chamada para investigar um acidente em uma estação
de petróleo, a história se desenrola com uma série de surpresas e cenas de ação
bem executadas. No entanto, o que parecia ser um simples acidente revela-se
apenas a ponta do iceberg de um problema muito maior. Não obstante, outro
desastre ocorre em uma estação onde seu namorado trabalha. Sofia, então se vê em
uma missão quase impossível: resgatar seu amado e descobrir se o mesmo
sobreviveu. A empresa à qual eles estão vinculados se mostra completamente
negligente e apática à situação, o que evidencia a indiferença que muitas vezes
as corporações possuem em relação às vidas humanas.
A trama faz uma crítica nítida às
grandes organizações e à exploração irresponsável dos recursos naturais,
destacando os riscos que esses incidentes podem trazer para a população e o
meio ambiente. À medida que a situação se agrava na película, a empresa e o governo tentam
implementar soluções corretivas, mas em algum nível motivadas por interesses
financeiros, e nem sempre priorizando a segurança das pessoas e o meio ambiente. Essa abordagem é
claramente refletida na jornada de Sofia e seu amigo, que, embora inicialmente
abandonados pela companhia, se lançam em busca de respostas e meios para salvar
o amor da protagonista, questionando as prioridades dessas corporações.
No entanto, o longa metragem peca por
não conseguir estabelecer uma conexão emocional com os protagonistas, o que
prejudicou minha imersão ao enredo do filme. Apesar de boas cenas de efeitos especiais,
o ritmo da história não é suficiente para gerar a tensão necessária, e as
dificuldades enfrentadas por Sofia e seu amigo não parecem realmente
desafiadoras, apresentando soluções um tanto óbvias. Isso impede que o filme
crie a urgência e a empatia necessárias para um impacto emocional mais
profundo. Mesmo assim, a obra cumpre sua função ao alertar sobre os impactos
negativos das atividades petrolíferas em larga escala, evidenciando como a exploração
de combustíveis fósseis pode representar uma ameaça crescente aos ecossistemas e à nossa realidade atual.
Autor:
Meu chamo Leonardo Veloso, sou formado em Administração, mas tenho paixão pelo cinema, a música e o audiovisual. Amante de filmes coming-of-age e distopias. Nas horas vagas sou tecladista. Me dedico à exploração de novas formas de expressão artística. Espero um dia transformar essa paixão em carreira, sempre buscando me aperfeiçoar em diferentes campos criativos.
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