quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Mar em Chamas – Uma Catástrofe Prenunciada

Mar em Chamas | Magnolia Pictures
 

Até onde vai a ambição do ser humano?


Em uma estação de inteligência numa plataforma de petróleo norueguesa, é verificado um acidente em uma das usinas de perfuração petrolífera e de gás Ekofisk. Após isso, a comandante de submarino e controladora de robôs subaquáticos, Sofia, é acionada para investigar a unidade e identificar as possíveis causas do desastre. Quando Sofia começa a buscar, por meio de sua máquina, as causas para o ocorrido, acaba descobrindo muito mais do que imaginava.

Do mesmo diretor de “Terremoto”, John Andreas Andersen nos traz desta vez para um universo em alto mar. Em uma empresa bilionária que explora combustíveis fósseis próximo à costa da Noruega. É notório o vislumbre que temos sobre o incontrolável poder de pessoas que buscam, cada vez mais, concentrar riquezas em detrimento da expropriação da natureza. O filme traz essa problemática sobre a extração de petróleo e as consequências devastadoras que esse modelo produtivo pode acarretar. Essas discussões já são realidades visíveis em vários países, inclusive no Brasil.

O longa consegue criar um suspense envolvente logo no início, atraindo a atenção do espectador com sua trama misteriosa. Quando Sofia é chamada para investigar um acidente em uma estação de petróleo, a história se desenrola com uma série de surpresas e cenas de ação bem executadas. No entanto, o que parecia ser um simples acidente revela-se apenas a ponta do iceberg de um problema muito maior. Não obstante, outro desastre ocorre em uma estação onde seu namorado trabalha. Sofia, então se vê em uma missão quase impossível: resgatar seu amado e descobrir se o mesmo sobreviveu. A empresa à qual eles estão vinculados se mostra completamente negligente e apática à situação, o que evidencia a indiferença que muitas vezes as corporações possuem em relação às vidas humanas.

A trama faz uma crítica nítida às grandes organizações e à exploração irresponsável dos recursos naturais, destacando os riscos que esses incidentes podem trazer para a população e o meio ambiente. À medida que a situação se agrava na película, a empresa e o governo tentam implementar soluções corretivas, mas em algum nível motivadas por interesses financeiros, e nem sempre priorizando a segurança das pessoas e o meio ambiente. Essa abordagem é claramente refletida na jornada de Sofia e seu amigo, que, embora inicialmente abandonados pela companhia, se lançam em busca de respostas e meios para salvar o amor da protagonista, questionando as prioridades dessas corporações.

No entanto, o longa metragem peca por não conseguir estabelecer uma conexão emocional com os protagonistas, o que prejudicou minha imersão ao enredo do filme. Apesar de boas cenas de efeitos especiais, o ritmo da história não é suficiente para gerar a tensão necessária, e as dificuldades enfrentadas por Sofia e seu amigo não parecem realmente desafiadoras, apresentando soluções um tanto óbvias. Isso impede que o filme crie a urgência e a empatia necessárias para um impacto emocional mais profundo. Mesmo assim, a obra cumpre sua função ao alertar sobre os impactos negativos das atividades petrolíferas em larga escala, evidenciando como a exploração de combustíveis fósseis pode representar uma ameaça crescente aos ecossistemas e à nossa realidade atual.

Autor:


Meu chamo Leonardo Veloso, sou formado em Administração, mas tenho paixão pelo cinema, a música e o audiovisual. Amante de filmes coming-of-age e distopias. Nas horas vagas sou tecladista. Me dedico à exploração de novas formas de expressão artística. Espero um dia transformar essa paixão em carreira, sempre buscando me aperfeiçoar em diferentes campos criativos.

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