Estômago 2: O Poderoso Chefe | Paris Filmes |
Então a jornada de Raimundo Donato, conhecido como Alecrim, continua dentro da prisão como cozinheiro de todos aqueles que fazem a prisão funcionar. Sendo cozinheiro do chefe da prisão, até mesmo dos carcereiros e do criminoso mais conhecido da área, "Etc". Até o momento que aparece um Mafioso Italiano dentro da cadeia e existe uma disputa entre seu líder e "Etc" para medir forças dentro do lugar.
E então começa aquela que deveria ser a jornada do nosso cozinheiro louco dentro da cadeia tentando sobreviver nesse conflito. Mas Marcos Jorge decide tomar uma direção completamente diferente nessa obra, oque pode causar um certo desapontamento com os fãs do personagem Raimundo Donato. O roteiro utiliza de Raimundo como apenas uma âncora para o desenvolver de uma história relativamente parecida com a do primeiro filme, mas sendo a jornada do líder da máfia. Seguindo a estrutura quase idêntica à do primeiro filme:
Um amor louco, um recomeço de vida, o crime, toda estrutura segue quase idêntica, com algumas mudanças pontuais e se sustentando com aquilo que fica na dúvida em ser uma sátira ou apenas a utilização mal aplicada do estereótipo italiano mafioso. A ideia consegue se manter até o momento em que existe um desejo em ver mais do Raimundo, que é apenas um elemento de disputa no meio da cadeia entre o líder da máfia e o "Etc".
Além das problemáticas narrativas, o filme tenta forçar uma intimidade nos diálogos da mesma forma que o primeiro mas sem sutileza. Com utilização de palavrões em quase todos os diálogos e o caricato dentro do diálogo misturado de italiano com português. Marco Jorge tenta se reinventar em uma formula já aplicada mas acaba criando uma narrativa que não acrescenta em nada ao protagonista, que aqui se encontra como coadjuvante.
É necessário falar que o filme se auto censura sempre que pode, sendo na violência e até nas cenas de sexo. É como se a direção quisesse colocar o filme com o mesmo tom do primeiro, mas sem a mesma coragem. Ou como uma tentativa de Marcos Jorge em tornar um Estômago uma jornada que seja cômica para toda família, oque não faz jus ao primeiro capítulo da história de Raimundo.
Estômago 2 tenta satirizar os filmes de máfia, mas falha; não existe desenvolvimento do protagonista Raimundo dentro da narrativa proposta; A estética suja e mais realista do primeiro aqui é deixada completamente de lado, e a apresentação para um novo personagem entra de forma pouco orgânica. Mesmo com suas várias problemáticas, o filme ainda consegue divertir o espectador em poucos diálogos e em algumas cenas de violência mais gráfica. O que antes era um prato tão saboroso, se tornou um simples fast food.
TEXTO DE ADRIANO JABBOUR.
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