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Máquina do Tempo | Pandora Filmes |
Estrelado
por Emma Appleton e Stefanie Martini, Máquina do Tempo, segue a história de
duas irmãs orfãs, Thomasina (Appleton) e Martha (Martini), que moram de forma
isolada no interior da Inglaterra. Filmado em estilo found footage,
a trama se passa no início da Segunda Guerra Mundial e mostra os primeiros
ataques armados dos países envolvidos, incluindo a Grã-Bretanha. Tudo muda
quando Thom e Mars criam um instrumento de rádio-televisão capaz de transmitir
matérias de notícias do futuro.
Assim, não demora muito para que as
irmãs usem seu aparelho para beneficiar o governo britânico em meio aos
confrontos geopolíticos. Além de poderem assistir às notícias vindas do futuro,
as mesmas também conseguem ouvir músicos e cantores famosos do futuro.
Entretanto, mesmo com Thomasina informando a polícia local de forma anônima
sobre os ataques iminentes no seu país, não demora muito para que as
autoridades policiais descubram seu paradeiro. Logo, os oficiais se juntam a
elas para interceptarem ataques vindos da Alemanha.
Sempre gostei de assistir produções de
gênero found footage por trazer um
tom documenteal para a trama e aqui, a direção de Andrew Legge é competente ao
ambientar as filmagens para a época dos anos 1930. As cenas filmadas entre as
irmãs foram feitas em câmeras Bolex e Arriflex de 16 mm, com lentes do período.
As atrizes foram treinadas para usar o aparelho e realizam um trabalho
excepcional. Somos transportados para aquele tempo de forma imersiva, ainda
mais com uma fotografia em preto e branco.
Como consequências clássicas de filmes
que retratam viagem no tempo, não demora para que percebamos o primeiro efeito
das mudanças que elas acabam fazendo na história. Em um momento, Martha, que
aprecia bastante as músicas dos anos 1970, sintoniza o dispositivo e percebe
que seu cantor favorito, David Bowie, não está mais cantando no futuro (eu
também ficaria muito triste com essa notícia). Logo, ela se assusta e se
pergunta o que aconteceu, já que quem canta no lugar dele é outro músico com
canções explicitamente fascistas. Thomasina, então, explica que isso foi um
desdobramento das suas ações em prol da defesa da Inglaterra nos ataques
militares.
Então, nos deparamos com o famoso
dilema da temática de viagens no tempo: até onde podemos interferir nos
acontecimentos da história? Mesmo que seja para proteger pessoas, o que isso
pode acarretar no próprio futuro? Bom, pelo menos no longa, não temos mais
respostas, já que as irmãs acabam caindo em uma armadilha feita pelos alemães e
são acusadas de espiãs conspiratórias pelo governo britânico.
A qualidade técnica do filme é muito
responsável por ambientar esse período pré-guerra. A película, filmada durante
a pandemia e com um baixo orçamento, mostra como você pode gravar um filme com
ótima qualidade, mesmo com recursos escassos. Bastante material do filme foi
processado em casa em um tanque de revelação de 16 mm do período soviético.
Por ser dirigido em estilo found
footage, isso acaba nos aproximando mais das personagens e,
consequentemente, criando empatia pelas mesmas, ainda mais com as excelentes
atuações e carisma de Emma e Stefanie. Conseguimos acompanhar, aqui, mais que a
história de duas mulheres, mas também uma representação do amor fraternal e até
onde estamos dispostos a defender nossos familiares. Afinal, a própria invenção
das irmãs foi intitulada como Lola, em homenagem à mãe
das protagonistas.
Embora o longa seja um recorte sobre a
Segunda Guerra Mundial, viagem no tempo e regimes autoritários. O filme expõe,
em sua essência, a importância das relações familiares, como também o poder do
amor fraternal entre duas mulheres.
Autor:
Meu chamo Leonardo Veloso, sou formado em Administração, mas tenho paixão pelo cinema, a música e o audiovisual. Amante de filmes coming-of-age e distopias. Nas horas vagas sou tecladista. Me dedico à exploração de novas formas de expressão artística. Espero um dia transformar essa paixão em carreira, sempre buscando me aperfeiçoar em diferentes campos criativos.
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